Nesta terça-feira (10), o Programa Start News recebeu o presidente do SindimetrôRS, Luis Henrique Chagas, e a vice-presidente do sindicato, Keity Goularte, que comentaram sobre a privatização da Trensurb, a situação dos trens atuais e o trabalho do sindicato.
O presidente Chagas iniciou comentando exemplos de outras privatizações no país. "Só existe a concessão onde a obra já está pronta e tu só entra para faturar ou destruir o patrimônio. Existem casos em que sugam o que conseguem e depois devolvem para o Estado. Diferente daqui, no mundo inteiro os metrôs são geridos pelo Estado", argumentou.
A vice-presidente Keity seguiu falando da situação atual da privatização da Trensurb. "Durante o governo Bolsonaro nós tínhamos certeza que a empresa seria privatizada. A gente tinha a Trensurb na lista do Plano Nacional de Desestatizações (PND). Durante a transição do governo, o sindicato foi atrás e falou com parlamentares para ver a situação da Trensurb e conseguimos a informação de que não será mais privatizada", detalhou. Porém, a sindicalista ainda cobra essa decisão no papel formalizada. "Nossa briga é por essa formalização para sairmos da lista do PND", completou
"Em Belo Horizonte o metrô foi privatizado. Três meses depois já teve aumento de quase 20% na tarifa. No Rio de Janeiro, com o único metrô totalmente privado do Brasil, a tarifa já está em R$7,90. Em São Paulo o metro privado custa R$6,30, enquanto o público é R$4,40", exemplificou o presidente. Segundo ele, o serviço privatizado também não melhora para o usuário. "A Trensurb existe por causa do usuário. Se a concessão fosse melhorar o serviço, nós teríamos que ficar quietos", complementou.
Em seguida, Keity contou quais são as críticas atuais dos usuários do metrô gaúcho. "A maior reclamação que a gente tem hoje são pelas escadas rolante e elevadores. Esses são serviços que já foram terceirizados, estão privados", explicou.
Situação atual dos trens
Segundo o presidente, os trens da Série 100, os antigos, estão com a vida útil quase no limite. "São 38 anos circulando aqui. Vieram todos novos do Japão, mas não eram trens de ponta na época. Mesmo assim são muito bons. Se a manutenção é bem feita eles podem seguir circulando", detalhou. Em relação à compra de novos modelos – os Série 200 –, Chagas garantiu que "já existe essa conversa para adquirir novos trens para substituição desses mais antigos".
Ele também falou dos trens Série 200, que chegaram em 2014. "Os problemas diminuíram. Com o tempo nossos trabalhadores foram conhecendo mais, sanando os problemas. Os trens custaram caro, deveriam ter vindo com garantia, até hoje tem um imbróglio jurídico em relação a isso", salientou.
A gravação completa do Programa Start News está disponível nos canais da TV Start News no YouTube e Facebook, e tem reprise nesta terça-feira (10), às 21h10, na radiostart.com.br.
Confira a entrevista completa:
Gustavo Bays, da Redação Start
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