Buracos, rachaduras e sinalização precária. Essas são algumas das dificuldades que os motoristas que utilizam a ERS-118, no trecho entre a WRS-040 e a Freeway, enfrentam. A rota foi um dos principais caminhos de saída e entrada de Porto Alegre durante as enchentes de maio. Para os moradores da região, a condição foi agravada pelo aumento do fluxo de veículos, incluindo caminhões pesados, que danificou a rodovia de pista simples.
A reportagem de Zero Hora circulou pelo local e verificou a presença de buracos não tão grandes, mas fundos no asfalto, principalmente no sentido Viamão-Alvorada. Os acostamentos estão praticamente intransitáveis nos dois lados da via. Em muitos pontos, a pintura de demarcação do asfalto está gasta e faltam placas de sinalização de quilometragem.
Maria Bonfim Lima Alves, de 46 anos, é proprietária do Residencial Terapêutico Renascer, em Viamão, às margens da ERS-118. Ela mora no local e relata que, com frequência, carros precisam parar por causa de problemas na estrada, e notou uma piora nas condições depois das enchentes.
"A esposa de um paciente estava vindo pelo acostamento, quando foi liberado, e furou dois pneus de uma vez só passando nos buracos. Teve que chamar mecânico, rebocar, ficou horas em função disso", narra.
Segundo a servidora pública aposentada Adriana Duarte Bernardon, de 56 anos, um buraco se abriu próximo ao entroncamento com a ERS-040 durante os dias de calamidade, e a tentativa de conserto realizada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) durou pouco tempo.
Moradora de um condomínio localizado ao lado da ERS-118, ela já costumava evitar a via por causa do asfalto irregular. Quando pegou a estrada em direção à Freeway no final de junho para ir a Gramado, preocupou-se pelas dificuldades que os motoristas que não estão acostumados a andar por aquele caminho iriam encontrar.
"De noite não dá para enxergar quase nada, e se chove é pior ainda, porque tapa os buracos. Tem partes do acostamento que não têm nenhuma condição, se acontece alguma coisa não tem onde parar. A gente, que conhece, vem devagar", conta.
As moradoras de Viamão lembram bem dos dias em que aquele trecho era uma das únicas formas de acessar a Região Metropolitana de Porto Alegre. O movimento nunca antes visto por ali mudou a rotina em suas casas.
"Quando precisava sair de carro, já calculava que iria passar umas quatro ou cinco horas parada no trânsito. Tudo que dava pra fazer de madrugada, eu fazia", cita Maria.
Adriana saía de casa o mínimo possível durante maio. Além de tentar fugir do engarrafamento, ela já esperava que a sobrecarga na pista iria piorar as condições da estrada.
Contraponto
Procurado pela reportagem, o Daer confirmou que “as condições atuais do trecho da ERS-118 entre Alvorada e Viamão certamente são resultado do aumento considerável do tráfego durante os bloqueios em outras rodovias ocasionados pela catástrofe climática”.
O departamento também informou que “tem executado serviços semanais de manutenção nesse trecho, inclusive após as cheias de abril e maio” e que as “ações terão sequência nas próximas semanas”.
Fonte: GZH
Comments