O comando da Base Aérea de Canoas (Baco) avalia como positiva a operação temporária e emergencial de voos comerciais que permaneceu por quase cinco meses na área militar enquanto as condições não permitiam a retomada das operações no Aeroporto Internacional Salgado Filho, diante dos estragos causados pelas enchentes de maio. O comandante da Base, coronel aviador Thiago Romanelli Rodrigues, disse que foi um momento de simbolismo importante na etapa de reconstrução do RS.
"Neste contexto, a Base Aérea atuou como um paliativo, não permitindo a interrupção do modal aéreo, um meio de transporte hoje em dia tão importante para os gaúchos. Lógico que não substituímos o Aeroporto Salgado Filho e nem temos estrutura para isso, mas a Base mostrou seu valor na medida em que a fez a ligação do RS com o mundo", afirmou. De acordo com o coronel aviador, de fato, foi uma operação inédita na área militar de Canoas, com pousos e decolagens de aeronaves civis 24 horas por dia, todos os dias da semana, com estrutura adaptada em meio à rotina militar.
Apesar do encerramento dos voos comerciais, o comandante reiterou que atividades aéreas da Brigada Militar e voos de aeronaves de pequeno porte, que ainda atendem às ações de reconstrução, assistência humanitária e aeromédicas, seguem acontecendo em território da Baco, até a plena recuperação do aeroporto de Porto Alegre, que deve acontecer em dezembro. "Seguimos atuando como suporte, recebendo com voos de governos e de natureza de reconstrução", garantiu.
Romanelli reconhece que neste momento o sentimento é o melhor possível. "É histórico e singular o que passamos e pode ser contado da forma e de acordo com o que cada um viveu. Teve muito sofrimento, mas podemos tirar muito aprendizado. Com muita tranquilidade podemos dizer que a Base Aérea foi uma grande e importante base para o RS, tanto para o aporte dos 60 helicópteros de resgate, quanto para o recebimento de voos de todo o país e do mundo com entrega e recebimento de donativos. Fomos um verdadeiro Hub logístico", comemorou.
A Fraport Brasil, concessionária que gerenciou a operação de voos comerciais na Baco, informou que ainda não há um levantamento de quantos pousos e decolagens ocorreram na área militar durantes esses cinco meses e nem mesmo quantos passageiros circularam pelo local. Entretanto, este número deve ser divulgado até o fim da semana.
Fonte: Correio do Povo
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