A Batalha São Hell, tradicional batalha de rimas do Vale do Sinos, reuniu jovens e MC's de diferentes cidades e Estados no palco localizado atrás da Estação São Leopoldo na noite deste domingo (21). O evento contou com a presença de artistas de Santa Catarina e São Paulo.
O MC de batalha Carlos Daniel, conhecido artisticamente como Tubarão, participou da Batalha São Hell vindo diretamente de São Paulo e falou sobre a edição Conexões da Batalha São Hell, a viagem que fez com dois amigos para participar de batalhas de rima tradicionais do Rio Grande do Sul, e o reconhecimento que artistas independentes têm em movimentos artísticos orgânicos das juventudes. “Eu vivo a cultura Hip-Hop há oito anos, e participo de batalhas de rima desde então. Sou de São Paulo e é a segunda vez que eu venho na São Hell, sendo a primeira no começo desse ano, lá por março, na edição de comemoração dos oito anos da batalha. Dessa vez, eu trouxe dois amigos meus lá do meu Estado, e é a primeira viagem para fora de SP que eles fizeram. Para mim é uma honra estar aqui presente como participante. Aqui, pelo que todo mundo me fala, é a principal batalha do Rio Grande do Sul. Em todo lugar tem alguém muito bom em algo e que sequer sabemos que a pessoa exista ou que mande bem naquilo que gosta. O Brasil é muito grande, tem várias cidades, bairros, e ruas, com talentos em todos os lugares e que nem sabemos que existem. Um dos meus amigos que veio comigo foi campeão no sábado na Batalha da Visão, também realizada em São Leopoldo. Ele, um cara pouco conhecido e com o talento desvisto por muitos, teve sua oportunidade e deu a letra em um evento aqui longe, no Sul”, comentou Tubarão.
A chefe do Departamento de Juventudes da Secretaria de Direitos Humanos da cidade, Júlia Langner, comentou que, diante de um movimento orgânico da juventude, cabe ao governo se mobilizar para oferecer a estrutura necessária. “O Departamento de Juventudes se articulou para auxiliar na estrutura do evento. A Secretaria de Direitos Humanos disponibilizou banheiros e a Secretaria de Cultura e Relações Internacionais dispôs caixas de som e o uso de tomadas localizadas dentro do Museu do Trem, localizado ao lado da Estação São Leopoldo. A intenção é dar reconhecimento e apoio à cultura periférica e a movimentos artísticos e culturais orgânicos das juventudes”, disse Júlia.
A edição Conexões e a história da Batalha São Hell
A edição deste domingo da Batalha São Hell foi chamada de Conexões. A intenção é promover a participação de MC's de diferentes regiões do país e manter a consagração da batalha de rima como a maior e mais tradicional do Rio Grande do Sul.
O organizador e apresentador da Batalha São Hell, João Wesley, conhecido artisticamente como JW, pontuou que esta é a segunda edição Conexões da tradicional batalha de rima do Vale do Sinos e comentou sobre o crescimento dos eventos. “Ano passado a gente já estava numa crescente bacana. Com a primeira edição Conexões, realizada ano passado, estávamos com a ideia de levar a Batalha São Hell para outros cantos do Brasil. Entramos em contato de forma autônoma com alguns MC´s de outras regiões, como a Levinski, que é de São Paulo e foi vencedora da primeira Conexões, e organizamos rifas para possibilitar que o evento acontecesse, e aconteceu e foi lindo. O Conexões 1 foi um divisor de águas para nós. Nesta edição, o Conexões 2, só estamos colhendo o fruto de todo o nosso trabalho e do crescimento da nossa batalha de rima. A plateia, que movimenta nossos eventos, desta edição é uma família”, vibrou JW.
Criada há oito anos, a Batalha São Hell reúne a juventude da região do Vale do Sinos em disputas de rima improvisada no palco localizado aos fundos da Estação São Leopoldo. Os eventos são realizados quinzenalmente a partir do fim da tarde dos domingos e contam com rodadas eliminatórias de rimas autorais. O público participa diretamente votando no MC que fez a melhor improvisação.
Fonte: PMSL
Comments