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Boletim aponta desafios da Saúde em São Leopoldo e sugere ações prioritárias

Imagem: Romeu Finato/ PMSL.

A cidade de São Leopoldo enfrenta desafios crescentes na área da saúde, conforme aponta a 26ª edição do Boletim Socioeconômico Trimestral, elaborado pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL). O estudo, apresentado na última sexta-feira (6), destacou problemas como alta mortalidade infantil, baixa cobertura vacinal, crescimento de casos de hipertensão e envelhecimento acelerado da população.


Os dados foram detalhados pelo economista Marcos Tadeu Lélis e discutidos por Paula Silva, secretária municipal de Saúde, e Juliana Nichterwitz, professora da Escola de Saúde da Unisinos. Roberta Wobeto, conselheira da ACIST-SL no Conselho Municipal de Saúde, conduziu a mediação. "Os números reforçam a urgência em implementar políticas públicas eficazes na atenção básica à saúde", afirmou Paula durante o debate.


Envelhecimento da população e desafios estruturais


A pirâmide etária do município evidencia uma tendência de envelhecimento. Entre 2000 e 2022, as faixas etárias mais jovens apresentaram redução percentual, enquanto a população acima de 40 anos cresceu significativamente. Atualmente, a faixa de 40 a 44 anos representa 7,9% da população total de 217.409 habitantes. Além disso, 52% da população de São Leopoldo é composta por mulheres.


"Com um aumento constante no número de idosos, já temos de 20 a 25 mil pessoas nessa faixa etária, e esse número continuará a crescer. Os recursos ainda não acompanham as demandas", destacou Paula. Ela enfatizou a necessidade de capacitar equipes e criar políticas que valorizem o idoso como pessoa produtiva.


Juliana Nichterwitz acrescentou que o mercado de trabalho também precisa se adaptar, abrindo oportunidades e promovendo equidade. "É essencial que o setor produtivo inclua os idosos e valorize suas contribuições", afirmou.


Saúde pública e investimentos


Em 2023, São Leopoldo registrou uma despesa per capita em saúde de R$ 1.404,00, representando um aumento de 23,5% em relação ao ano anterior. Apesar disso, a cidade enfrenta desafios como baixa cobertura vacinal contra poliomielite, meningocócica C e tríplice viral.


A secretária da Saúde apontou a desinformação e o discurso antivacina como fatores para a redução da imunização desde a pandemia. "Precisamos intensificar campanhas junto à população e às empresas, trazendo a ciência para o debate", explicou.


Além disso, a cidade possui a maior proporção de leitos custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Região Metropolitana, com 88,3% do total. Ainda assim, o presidente da ACIST-SL, Daniel Klafke, acredita que há espaço para mais investimentos. "Os dados nos ajudam a planejar ações tanto no setor público quanto no privado", disse.


Segundo Paula, o município investe 32% em Saúde, número superior a Canoas e Novo Hamburgo, que, respectivamente, aplicam 23,8% e 22%. “Dos 30% que a prefeitura investe em Saúde, 15% vai para o hospital [Centenário], que tem um custo mensal de 13 milhões. A prefeitura aplica a maior parte, R$10 milhões, por conta da falta de repasses do Estado e da União”, argumentou.


Saúde mental e mortalidade infantil


O boletim também trouxe alertas sobre saúde mental, apontando um aumento nos casos de suicídio, que passaram de 16 em 2019 para 19 em 2023. "Esse número pode ser ainda maior, considerando a subnotificação", observou Marcos Lélis. Para Juliana, as empresas devem atuar nesse campo, promovendo ambientes de trabalho mais saudáveis por meio de práticas como exercícios físicos e alimentação equilibrada.


A mortalidade infantil também preocupa, sendo uma das áreas prioritárias para ações preventivas, conforme o levantamento. Além disso, o aumento da hipertensão é um problema constante, reforçando a necessidade de expandir a cobertura da atenção primária.


Boletim e perspectivas


O Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL aborda temas como desenvolvimento econômico, segurança pública, educação e saúde, comparando os indicadores de São Leopoldo com cidades de características similares, como Novo Hamburgo, Gravataí e Canoas. A íntegra da 26ª edição, focada na saúde, está disponível no site oficial da ACIST-SL.

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