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Comissão pesquisará violações de direitos na UFRGS durante a ditadura militar

Foto do escritor: Guilbert TrendtGuilbert Trendt
Imagem: Flávio Dutra/ UFRGS.
Imagem: Flávio Dutra/ UFRGS.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) oficializou, nesta terça-feira (10), a criação de um grupo dedicado à preservação da memória sobre violações de direitos humanos na instituição entre 1964 e 1988 – período que abrange as duas décadas de ditadura militar no país e os primeiros anos do regime democrático ainda sob impacto da ditadura.


O objetivo é reunir, organizar e disponibilizar registros alusivos ao tema. A equipe recebeu a denominação de “Comissão da Memória e da Verdade Enrique Serra Padrós”, em homenagem a um falecido professor de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas que dedicou sua trajetória acadêmica à pesquisa sobre regimes autoritários na América Latina e lutou pela iniciativa.


Propositalmente escolhida para coincidir com o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a solenidade começou às 10h, aberta ao público. Dentre as presenças estiveram a reitora Marcia Barbosa e o vice-reitor Pedro Costa, além do procurador regional dos Direitos do Cidadão da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul, Enrico Rodrigues de Freitas.


O colegiado tem coordenação-geral a professora Roberta Camineiro Baggio (Faculdade de Direito) e, como vice-coordenadora, Lorena Holzmann (aposentada do Departamento de Sociologia). Completam a lista de docentes Carla Simone Rodeghero e Regina Célia Lima Xavier (ambas do Departamento de História), Dóris Bittencourt Almeida (Faculdade de Educação) e Cristina Carvalho (aposentada da Escola de Administração).


Também participam os técnicos-administrativos Frederico Bartz (Faculdade de Arquitetura) e Maria Conceição Lopes Fontoura (Faculdade de Educação). A graduanda Letícia Wickert Fernandes (Faculdade de Arquivologia) representa os alunos da Universidade.


Os nove membros representam os três segmentos da comunidade universitária, de acordo com portaria de nomeação assinada durante a cerimônia. A Comissão funcionará de forma vinculada à Reitoria, em espaço próprio e com o apoio de dois bolsistas.


A primeira incumbência é a conclusão do planejamento, a fim de definir cronograma de atividades, que culminará em relatório final a ser apresentado em até dois anos. Além disso, será criado um site com documentos digitalizados.


Após a cerimônia, uma mesa de depoimentos foi realizada, mediada por Roberta Baggio, tendo como convidados: Carlos Gallo, presidente da Comissão da Verdade da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Paulo Tomás Fiori, filho do ex-professor expurgado da UFRGS Ernani Maria Fiori; Suzana Guerra Albornoz, esposa do ex-professor expurgado da UFRGS Ernildo Stein.


Perseguição política


De 1964 a 1969, a UFRGS teve dois processos de expurgo, que resultaram na aposentadoria compulsória ou expulsão de dezenas de professores, estudantes e técnicos. Motivo: perseguição política pela ditadura militar. Roberta esclarece que a Comissão quer criar “um canal de escuta para acessar a história oral desse período.


“Pretendemos fazer uma grande campanha de arrecadação de documentos, assim como sessões públicas de testemunhos e manifestações”, salienta, acrescentando que seus integrantes irão atrás de documentação para tentar montar o quebra-cabeças sobre o modus operandi das violações cometidas na universidade.


Fonte: O Sul

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