O diretor do Departamento de Regulação Estadual na Secretaria Estadual da Saúde, Eduardo Elsade, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (30). O anúncio foi feito por representantes do governo do RS em coletiva de imprensa realizada no Parque de Exposições da Expointer, em Esteio.
Quem assume o cargo no lugar de Elsade é Laura Sarti de Oliveira, diretora-adjunta do departamento. Elsade é servidor municipal cedido ao estado, portanto segue trabalhando em outras funções, não detalhadas pelo governo.
O afastamento tem como objetivo, segundo Arthur Lemos, secretário da Casa Civil do RS, "tornar mais transparente a apuração" sobre as supostas irregularidades no cumprimento de escalas do Samu no Rio Grande do Sul denunciadas pela RBS TV. Participaram do anúncio, ainda, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
No domingo (27), reportagem do Fantástico denunciou irregularidades no cumprimento de escalas do Samu no Rio Grande do Sul. De acordo com a denúncia, médicos desta unidade trabalham menos do que deveriam e comprometem o atendimento a pacientes.
Em áudio revelado pela reportagem da RBS TV nessa quarta, Elsade determina ao coordenador médico do Samu no RS, Jimmy Herrera, que uma médica que se ausentou do trabalho não seja punida. Na gravação, obtida com exclusividade pela reportagem, Elsade estabelece que não seja aberta investigação contra ela, nem seja aplicada advertência.
Nesta segunda-feira (28), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a abertura de sindicância, auditoria e implantação de novos mecanismos de controle na central de regulação, como câmeras.
A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, gravou um pedido de desculpas e prometeu providências. A sindicância aberta pela pasta para apurar o caso tem prazo de 30 dias para ser concluída. Um sistema de câmeras e catracas para controlar entradas e saídas no local também deve ser instalado.
Autor das denúncias feitas à RBS TV, o enfermeiro Cleiton Félix foi nesta terça-feira (29) à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público entregar arquivos e prestar depoimento sobre a farra dos médicos da central de regulação do Samu. Ele repassou cópias das escalas que seriam falsas.
O Ministério da Saúde informou que pode suspender os repasses de R$ 25 milhões por ano ao Samu, caso as denúncias forem comprovadas.
Fonte: g1
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