A busca da terra sem mal é uma constante na vida do povo Guarani, por isso a luta pela defesa e demarcações de territórios, destaca o fotógrafo e cineasta indígena Vherá Xunú, da etnia Mbya Guarani. Ele estará nesta sexta-feira (22), às 19h, em São Leopoldo, para exibição do seu documentário “O Olhar de Xunú”, na Glingy (rua Brasil, 881, Centro).
Morador da aldeia Tekoá Pindó Mirim, em Viamão, Xunú à cidade para integrar um projeto do grupo teatral Quixotescos, viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, via Secretaria de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo.
Conforme a produtora cultural Cátia Cylene, do grupo Quixotescos, a intenção do encontro é propiciar trocas de saberes a partir da cultura indígena guarani, além de fortalecer a arte local. “Com todo fomento que o governo federal vem investindo na cadeia produtiva da cultura, precisamos aproveitar para ampliar nossas redes, nos unindo e fortalecendo causas comuns, como a defesa do nosso planeta e alternativas que buscam nosso bem-viver, num contraponto a tudo que enfrentamos com a crise climática e com o avanço da extrema direita”, afirma Cátia.
O documentário curta-metragem “O Olhar de Xunú” mostra um pouco da cultura, crenças, língua, tradições, costumes, relação com o sagrado, dificuldades e lutas do povo indígena Mbyá Guarani. É por meio do registro fotográfico e audiovisual de sua rotina, que Xunú apresenta o modo de vida de seu povo. Como um Xondaro (guerreiro), ele empunha a câmera para resistir diante das injustiças, e para lembrar que “a nossa luta é diária”. “Quero trazer a vida do meu povo com o meu olhar. Por isso vou continuar fotografando”, declara Xunú.
Trajetória
O primeiro filme curta-metragem de Xunú se chama “Perigo na Mata” (2016), e aborda a questão do fortalecimento da vida dos Mbya Guarani.
Em 2019 lançou “O despertar do divino Sol”, no qual trata da lentidão para demarcação de terras indígenas. Participou da Mostra de Arte Aberta de Porto Alegre, Maapa 2021, e da Exposição Retrato de Família realizada pelo Instituto Goethe, na Galeria de Arte do Dmae em 2022.
Em 2021 foi protagonista do documentário curta-metragem “O Olhar de Xunú”, com roteiro e direção de Josemar Martins, executado com recursos da Lei Aldir Blanc. Atualmente, segue com exposições fotográficas, participa de cursos sobre cinema e defendendo sua cultura pelo Brasil afora.
Fonte: Brasil de Fato
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