O El Niño, que elevou as temperaturas pelo país, chegou ao fim, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Caracterizado pelo aquecimento maior ou igual a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico, o El Niño acontece com frequência a cada dois a sete anos. A duração média do fenômeno é de 12 meses, gerando um impacto direto no aumento da temperatura global.
Desta vez, ele começou em junho de 2023.
Neste período, o fenômeno foi um dos mais intensos já registrados, com impactos por todo o país. Alguns especialistas chegaram a considerar o fenômeno um Super El Niño pela sua intensidade e extensão.
No país, o fenômeno:
Elevou as temperaturas;
Aumentou a frequência das ondas de calor;
Colocou as regiões Norte e Nordeste em seca severa;
E reforçou fenômenos de chuva, como os do Rio Grande do Sul.
Desde fevereiro deste ano, ele vem dando sinais de enfraquecimento, mas os impactos persistiam por causa de sua intensidade. Agora, segundo o Inmet, o oceano chegou a uma temperatura dentro da média, o que indica o fim do fenômeno.
A informação foi divulgada em um boletim conjunto do Inmet com o Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) publicado nesta quarta-feira (13).
"O atual padrão observado das condições de temperatura da superfície do mar do oceano Pacífico equatorial indica valores próximos da média climatológica, ou seja, descaracteriza o fenômeno El Niño e sinaliza condições de neutralidade", diz o documento.
O que esperar agora?
O que os especialistas apontam é que as previsões mostram uma virada para um novo fenômeno: o La Niña, que deve começar em setembro. O fenômeno tem o efeito inverso do El Niño e ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano.
Segundo o Inmet, apesar do aquecimento das águas recentes, as projeções mostram chance de 70% de que a transição para La Niña ocorra.
Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña são:
Aumento de chuvas no Norte e no Nordeste;
Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares;
Tendência de tempo mais seco no Sul;
Condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.
E o inverno?
O inverno 2024 começa oficialmente no dia 21 de junho e, segundo os meteorologistas, o frio vai, finalmente, chegar para grande parte do país. A pesar disso, ainda vamos ter dias de calor acima da média.
Em resumo, é possível dizer que não são esperados extremos de frio ou calor, mas sim um equilíbrio entre os dois, com uma tendência para mais dias com temperaturas mais elevadas que o normal, mas ainda assim períodos de frio ao longo da estação.
Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, explica que, de maneira geral, o inverno de 2024 terá temperaturas acima da média, com destaque especialmente para o final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, período que pode registrar inclusive novas ondas de calor.
"Vai fazer frio sim. Vamos ter inclusive mais dias frios do que no ano passado. Agora é claro que, por termos temperaturas acima da média, os períodos de temperaturas mais altas do que o normal vão predominar, eles vão ser mais longos", diz Lucyrio.
Fonte: g1
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