Maior organização islâmica da Palestina, o grupo Hamas assumiu o ataque surpresa ocorrido em Israel, na manhã deste sábado (7), deixando, ao menos, cem mortos e mais de 700 feridos. O movimento nacionalista, considerado terrorista por Estados Unidos e União Europeia, é sediado na Faixa de Gaza desde seu surgimento, na década de 1980.
A expressão Hamas vem do árabe Ḥarakat al-Muqāwamat al-Islāmiyyah, que significa “Movimento de Resistência Islâmica”. Este levante é conhecido como Primeira Antifada ou Guerra das Pedras, manifestação da população palestina contra a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, em 9 de dezembro de 1987.
Em seu estatuto, o Hamas se comprometeu a “destruir Israel” e rejeita qualquer tipo de acordo de paz com o governo judeu e seu povo. O grupo teve início com duas propostas, a de estabelecer uma luta armada contra Israel, liderada pelas Brigadas Izzedine al-Qassam, e de oferecer programas sociais ao povo palestino.
O movimento integra uma aliança na região que abrange Irã e Síria e a organização islâmica xiita do Líbano, o Hezbollah, todos contrários à política que os Estados Unidos praticam no Oriente Médio, principalmente em Israel. O Hamas, além de não reconhecer o país inimigo, descarta seguir acordos da comunidade internacional e abdicar da violência.
Em 2006, um ano depois de Israel retirar tropas de Gaza, a organização passou a ser o principal grupo político na Autoridade Nacional Palestina, entidade que administra os territórios povoados por palestinos. Na eleição para o Conselho Legislativo da Palestina, políticos do Hamas receberam 45%, ocupando 74 das 132 cadeiras disponíveis. Em 2017, o grupo atualizou o estatuto, dizendo que a luta não seria especificamente contra os judeus, mas contra “agressores sionistas de ocupação”, o que não diminuiu a rivalidade entre as partes.
Longa história
Na era moderna, o conflito se estende desde a formação do estado moderno de Israel, em 1947, ao fim da Segunda Guerra. Na ocasião, as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina sob mandato britânico. Israel foi proclamado no ano seguinte. Desde então, há uma disputa por território sem acordo com participação decisiva do Hamas.
O grupo baseou muitos de seus ideais da Irmandade Muçulmana, fundada em 1928 no Egito e fundamentada no radicalismo e terrorismo islâmico. No final da década de 1940, a Irmandade Muçulmana chegou oficialmente à Palestina como objetivo de promover a “islamização da sociedade”.
A partir de 1967, quando Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, os movimentos de resistência da Palestina se fortaleceram, entre eles, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), sob a liderança de Mahmoud Abbas. Os preceitos da Irmandade Muçulmana ainda estavam ali, até a Primeira Antifada, quando o Hamas foi criado como um movimento independente.
Fonte: GZH
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