Institutos meteorológicos preveem que um novo ciclone extratropical deve atingir o Rio Grande do Sul a partir desta quarta-feira (12). Será o terceiro em menos de um mês.
O próximo ciclone deve se formar devido à entrada, no Estado, de mais uma frente fria. No entanto, o fenômeno não deve ter intensidade semelhante a do de junho, pois, agora, não há um ambiente de calor.
"Caso até esta segunda-feira (10) a tarde se aqueça de uma maneira muito rápida, pode ser que a gente tenha o ciclone se formando. O que está previsto é a entrada da massa de ar frio. Tomara que ela seja de rápido deslocamento e cause só chuvas nos próximos dias", explica Ludmila Pochmann, meteorologista do Ar Puro Meteorologia e Qualidade do Ar.
Para esta semana, tá prevista uma massa de ar frio de tamanho moderado moderada. O prognóstico é de muita chuva.
O primeiro ciclone registrado no estado em 2023 aconteceu em 16 de junho. O fenômeno causou mortes, estragos e expulsou pessoas de casa em diversos municípios do estado. O segundo, que passou pelo estado na última sexta-feira (7), bloqueou estradas, deixou famílias ilhadas, no sábado (8), mas causou menos prejuízos.
A RBS TV conversou com uma meteorologista para explicar o motivo do fenômeno estar se repetindo de forma frequente.
O que é um ciclone extratropical?
Segundo a meteorologista, ciclones extratropicais são característicos da Região Sul do Brasil e comuns nesta época do ano, sobretudo quando há a influência do fenômeno El Niño, caracterizado pelo aumento de temperaturas.
Ela explica que, como é inverno no Estado, a entrada de frentes frias são normais: e elas devem vir uma atrás da outra nos próximos meses.
"E aí, o que acontece? Quando uma massa de ar frio, que é caracterizada pela entrada de uma frente fria, ela encontra o ar mais quente, ela tem a tendência, os ventos, a estabilidade da atmosfera, de se movimentar, aumentando as chances de formação dos ciclones extratropicais na nossa região", diz Ludmila.
Diferença com o primeiro ciclone
O ciclone extratropical que atingiu o Estado em junho assustou os gaúchos. Entre os motivos, conta a meteorologista Ludmila, estava o calor que fazia na ocasião.
"Naquela época, nós estávamos tendo cinco, seis dias anteriores com uma forte massa de ar quente sobre o continente brasileiro. Então, era um calor muito intenso que estava chegando na região Centro-Oeste do Brasil em direção Grande do Sul, que encontrou também uma massa de ar frio muito maior do que essa frente fria que atingiu o estado agora", diz.
A intensidade do fenômeno foi tanta que, além dele durar mais tempo, a massa de ar frio acabou atingindo regiões Sudeste até o Amazonas.
"Então, foi um fenômeno completamente diferente, porque ele teve não é muito mais força, é muito maior a intensidade", afirma Ludmila.
Fonte: g1
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