A Rede Municipal de Ensino de São Leopoldo estima quase R$ 40 milhões em prejuízos após inundações no Rio Grande do Sul. Entre os 50 colégios da cidade, 18 foram afetados total ou parcialmente, com perda de R$ 37 milhões, e quase 30 mil alunos estão sem aulas, que serão retomadas gradualmente a partir da próxima segunda-feira (27). As direções ainda avaliam os estragos e a limpeza pôde ser iniciada nos pontos onde a água baixou.
Além dos alunos afetados, cerca de 60% dos professores municipais foram afetados ou estão com dificuldade de mobilidade até as escolas. O Rio dos Sinos está baixando e chegou a 4,70 metros nesta quarta-feira (22), mas o pico do nível da água foi de 8,09 metros.
Na visita à Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa, no bairro Vicentina, que foi um dos mais castigados, equipes da prefeitura realizam a retirada de móveis e objetos que serão descartados. As equipes conseguiram entrar na segunda-feira (20), após o início da drenagem da água no bairro. Nesta quinta-feira (23), será feita limpeza com hidrojato.
No local, ainda não há água nem luz e toda a documentação referente a 80 anos de escola – a primeira do município – foi perdida. Todo o acervo de livro, brinquedos, jogos vai ser jogado fora, além de quase todo o mobiliário também. Somente neste colégio são quase 700 alunos. A diretora Adriana Linberger afirma que 98,5% das famílias no colégio foram atingidas pelas enchentes e ressalta que o caminho será logo até a retomada das aulas.
"São 600 e poucas famílias que estão desabrigadas, que a maioria estão em abrigos, ou caso de parentes. Muitos não retornaram ainda porque ainda tem água no bairro", explica. "A gente não tem previsão ainda para quando vai começar, mas nós aqui queremos começar o mais breve possível porque as nossas crianças precisam, principalmente agora nesse momento tão difícil, porque a escola é uma referência para eles", afirma Adriana.
A diretora explica que tanto o material discente nas escolas quanto o que estava na casa dos alunos foram perdidos, mas que a expectativa é "arrumar o máximo que der" para o retorno das crianças, com atividades mais lúdicas e fora de sala de aula.
Em outra ponta, na Escola Paulo Beck, localizada também no bairro Vicentina, a água ainda cobre a boa parte da instituição de ensino e não há possibilidade de chegar ao local para contabilizar os prejuízos. A inundação chegou até o segundo andar.
Já na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Jesus Menino, no Centro, a limpeza já foi concluída e obras de reparo estão sendo realizadas, a exemplo da substituição do piso. Num local mais alto e com a estrutura mais elevada em relação ao nível da rua, a água atingiu 0,5 metro.
A secretária de Educação da cidade, Renata de Matos, ressalta que a tendência de redução do nível do Sinos deverá viabilizar a limpeza de parte da rede ao longo da semana. Ela explica que, a partir da próxima segunda, as escolas serão liberadas "à medida que obras forem concluídas".
“O cenário ainda é muito triste, mas a reabertura das escolas, ainda que aos poucos, é um sinal de espera, reconstrução. Vamos fazer o tudo o que possível”, conta emocionada.
Doze escolas estaduais também foram afetadas e as aulas ainda não têm previsão de serem retomadas.
Fonte: Rádio CBN
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