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Foto do escritorGuilbert Trendt

Força-tarefa que desarticulou rede de lavagem de dinheiro ligada a facções já prendeu 40 pessoas no RS

Imagem: divulgação/ PF.

Há menos de um mês, nove cidades gaúchas amanheceram sob a ação de uma força-tarefa especializada no combate ao crime organizado. Na operação, que reuniu diferentes agentes da segurança pública, uma rede de lavagem de dinheiro ligada a facções atuantes no Vale do Sinos e na Fronteira Oeste foi desarticulada. Treze mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão foram cumpridos naquele 9 de outubro pela equipe da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).


A ação, que desmontou a rede criminosa que havia movimentado mais de R$ 770 milhões em todo o Brasil, tornou-se uma das principais investidas da força-tarefa Ficco no RS. O grupo, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), completou um ano de atuação no RS neste mês e já cumpriu 40 prisões desde o ingresso em solo gaúcho.


Foi por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre governo do RS, órgãos de segurança pública e MJSP que o agrupamento foi instaurado no Estado, em outubro do ano passado. O programa busca intensificar o enfrentamento e a desarticulação de organizações e associações criminosas pelo Brasil. Com pelo menos uma unidade da Ficco em cada Estado brasileiro, os acordos de cooperação técnica assinados têm duração de três anos.


Integração na segurança pública


A Ficco/RS é composta por diversas instituições responsáveis pela segurança pública do Estado e do Brasil, como Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Penal Federal, Polícia Civil, Brigada Militar (BM) e Polícia Penal gaúcha (Susepe). Essas instituições dispõem do seu efetivo para as ações da força-tarefa.


Em caráter colaborativo, a força-tarefa reúne periodicamente as entidades para definir estratégias e ações específicas. Com coordenação da Polícia Federal e recursos destinados pelo Ministério da Justiça, o agrupamento afirma que "não há hierarquia entre os órgãos participantes na FICCO, sendo baseada na mútua cooperação entre eles".


Juntas, as entidades realizam investigações, ações de inteligência de força integrada e operações. O contrato para a continuidade do programa vai até 2026.


Outras ações realizadas neste um ano


Arsenal do tráfico apreendido


Em setembro, uma mulher e dois homens foram presos em flagrante em Campo Bom, no Vale do Sinos. Os três viraram alvo da Ficco/RS após informações apontarem que uma residência frequentada por eles seria usada como depósito de armas e materiais bélicos de uma organização criminosa.


Após ações de monitoramento e inteligência promovidas pelo agrupamento, as prisões foram efetuadas. Na casa alvo das ações, foram apreendidas duas pistolas, três fuzis, uma carabina, além de duas granadas de som/luz e munições de diversos calibres.


Também foram encontrados carregadores de alta capacidade, coletes balísticos, lanternas, placas de proteção, luvas, coturnos, cintos táticos, roupas camufladas e acessórios como coldres e suportes de carregador duplo.


Apoio a carro-forte


O ataque a um carro-forte no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, na noite de 19 de junho, também foi objeto de ação da Ficco/RS, que atuou na investigação do caso, no qual foram denunciadas 19 pessoas por latrocínio e formação de organização criminosa com uso de arma de fogo.


O crime, considerado o maior assalto do tipo no Estado, resultou na morte de um policial militar e de dois envolvidos do grupo.


Na ocasião, um veículo era abastecido por malotes de dinheiro trazidos de Curitiba em uma aeronave de pequeno porte no aeroporto. Seriam R$ 30 milhões pertencentes a um banco privado. Um grupo, de oito a 10 pessoas, atacou funcionários da empresa de transporte de valores.


Com armamento de guerra, incluindo um fuzil Barrett M82 calibre .50, e fardamento falso, os assaltantes usaram veículos com adesivos da PF para acessar o hangar do aeroporto. Funcionários de empresas que atuam no aeroporto foram feitos reféns.


Confrontos foram travados entre as forças de segurança e os criminosos. Um bandido que fugia em uma camionete Frontier, falsamente identificada como sendo da PF, foi morto durante o combate. Com ele foram recuperados cerca de R$ 15 milhões, metade do total que estava sendo transportado.


Fonte: GZH


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