Em um resultado surpreendente, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional francesa nas eleições legislativas de 2024, mas sem força suficiente para governar sozinha.
Faltando a apuração do resultado e 5 das 557 cadeiras, as três maiores bancadas eram as seguintes:
Nova Frente Popular (esquerda): 181 assentos;
Juntos (coalizão governista, de centro): 166 assentos;
Reunião Nacional (extrema direita): 143 assentos.
O segundo turno das eleições legislativas ocorreu neste domingo (7) e terminaram com uma decepção para o partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen. No primeiro turno, ocorrido há apenas 1 semana, a legenda havia saído à frente de todas as demais forças políticas.
Embora ainda não tenham batido o martelo sobre a união, líderes do bloco esquerdista indicaram que poderiam se aliar ao centro para chegar aos 289 assentos necessários para ter maioria.
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, aliado de Macron, disse que vai colocar seu cargo à disposição na manhã desta segunda-feira (8). O Palácio do Eliseu, sede do Executivo francês, disse que o presidente, Emmanuel Macron, não vai fazer um chamado imediato para a nomeação de um primeiro-ministro.
Primeiro turno
No primeiro turno, no último domingo (30), o Reunião Nacional, partido de extrema direita de Marine Le Pen, conquistou a maioria dos votos: 33% deles. A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos.
Esquerda e centro desenham o cordão contra a extrema direita desde a semana passada, quando Macron propôs a formação de uma aliança. A união, na prática, daria a esse novo grupo a maioria no Parlamento, o que, na França, garante o direito de nomear um primeiro-ministro.
Ao longo da semana, mais de 200 candidatos centristas e de esquerda desistiram das disputas para aumentar as chances de seus rivais moderados e tentar impedir que candidatos da extrema direita vencessem. O cordão sanitário também ganhou apoio de celebridades como o ex-jogador Raí e Mbappé, o capitão da seleção francesa.
De acordo com as principais pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana, o número de assentos do bloco da esquerda e do centro seria suficiente para garantir uma maioria absoluta, de 289 cadeiras no Parlamento francês, e, assim, indicar um primeiro-ministro. Mas há incertezas em relação à participação dos eleitores.
Essa possibilidade pode impedir que Macron tenha de governar em uma situação no mínimo desconfortável: ao lado de um premiê opositor.
Pelo sistema político da França, semipresidencialista, o primeiro-ministro, indicado pelo partido ou coalizão que conquistam maioria no Parlamento, governa em conjunto com o presidente -- este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, é quem ganha mais protagonismo à frente do governo.
Fonte: g1
Comentários