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Governo Lula bloqueou R$ 86 milhões da Capes em agosto, dizem entidades de pesquisa


Imagem: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil.

A situação financeira da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), responsável pelos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) do país, tem preocupado representantes de órgãos de pesquisa após significativos bloqueios orçamentários ordenados pelo governo Lula.


Apenas em agosto, foram bloqueados R$ 86 milhões da entidade, que é uma das principais fomentadoras de pesquisa no Brasil.


No final do governo Bolsonaro, o órgão enfrentou uma crise depois de sucessivos congelamentos de recursos, que chegaram a prejudicar não só o pagamento das bolsas destinadas aos alunos como a manutenção administrativa da entidade. Ao assumir, Lula prometeu mais recursos para o setor e aumentou o valor das bolsas após dez anos sem reajuste.


Segundo Mercedes Bustamante, presidente da Capes, o órgão sofreu:


  • um bloqueio de R$ 86 milhões no orçamento de agosto;

  • um corte (ou seja, um bloqueio definitivo) de R$ 50 milhões neste ano;

  • um provável déficit de R$ 200 milhões na verba prevista para 2024.

“O que me preocupa é que o contingenciamento pode ser o primeiro passo para algo mais crítico”, afirmou Bustamante, durante audiência organizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na semana passada.

Até a última atualização desta reportagem, o Ministério da Educação (MEC), responsável pela execução orçamentária da Capes, não havia se pronunciado.


Em fevereiro, o governo Lula havia reajustado os valores dos benefícios pela primeira vez desde 2013:


  • Mestrado: de R$ 1.500 para R$ 2.100 (alta de 40%);

  • Doutorado: de R$ 2.200 para R$ 3.100 (40%);

  • Pós-doutorado: de R$ 4.100 para R$ 5.200 (25%).


Formação de mestres e doutores pode ser prejudicada

Em carta aberta, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), que representa 273 instituições de ensino, afirma que acompanha os bloqueios com "profunda consternação".


"Não é possível conciliar um sistema que cresce e oferece cursos de qualidade com um orçamento que constantemente diminui", diz o documento.

"Os recentes bloqueios/cortes impactam diretamente a qualidade da formação de mestres e doutores, prejudicando assim a produção de conhecimento científico e a capacidade das instituições [...] de competirem internacionalmente no campo da pesquisa e da inovação."


Segundo o Foprop, as reduções orçamentárias dificultam a retomada de iniciativas como o Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) e o Pró-Equipamentos (voltado para a melhoria da estrutura de pesquisa científica e tecnológica). Também cria obstáculos para que a Capes dê conta de 300 novos cursos/programas que entrarão no sistema nacional de pós-graduação em 2024.


Fonte: g1


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