
A escassez de insulina em diversas cidades do Rio Grande do Sul tem gerado uma grave crise para pacientes com diabetes que dependem do medicamento para controlar a doença. Nos últimos meses, moradores de municípios como Sapucaia do Sul, Canoas e outros, têm enfrentado dificuldades para encontrar insulina nas unidades de saúde pública, afetando diretamente a qualidade de vida dos portadores de diabetes tipo 1 e tipo 2. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece dois tipos de insulina: a Humulin ou Novolin NPH e a Regular.
A falta de insulina nas farmácias públicas é um reflexo de um conjunto de problemas, que envolvem desde a demora nas compras governamentais até questões logísticas e de distribuição dos lotes de medicamentos. A escassez também atinge as farmácias convencionais, nas quais é possível fazer a compra do medicamento.

Em São Leopoldo, a realidade nos estabelecimentos privados não é diferente: há meses enfrentam a falta do medicamento tanto para venda, como para a distribuição pelo Programa Farmácia Popular, onde o usuário pode retirar as insulinas de maneira gratuita, na rede privada. Segundo informações de uma rede de farmácias no centro do município, em média, a cada dez clientes, seis são para retirada de insulina. Já em outra farmácia privada onde também há uma forte demanda, a farmacêutica informa que há mais de seis meses estão em falta com esse tipo de medicamento.
Existem vários tipos de insulina (rápida, ultra rápida, ação intermediária e longa duração). São Leopoldo disponibiliza as insulinas NPH e Regular. Para dispensação o usuário deve apresentar receita do SUS e cartão SUS do município. As insulinas de longa duração e ultrarrápida são fornecidas pela Farmácia do Estado através de processo administrativo. "Estamos com estoque de insulina NPH frasco e caneta descartável na Farmácia Municipal. Insulina regular tínhamos até a última sexta-feira (10), porém já temos previsão de receber do Estado na próxima carga mensal prevista para o dia 17", comenta a diretora de assistência farmacêutica, Fabiana Ribeiro.

Atualmente, São Leopoldo tem em torno de 1.3 mil pacientes em uso da insulina NPH e Regular. José Cladimir, de 56 anos, que faz uso desse medicamento há mais de seis anos, comenta que sempre pegou a insulina NPH na farmácia do município e nunca esteve em falta. Assim, sempre conseguiu fazer o tratamento da maneira correta sem a falta do medicamento.
A farmacêutica Fabiana Ribeiro orienta que sempre que o paciente tiver alguma dúvida sobre a utilização da insulina, é necessário procurar o farmacêutico da farmácia municipal para esclarecimentos de como aplicar o medicamento.
Em nota, o governo Estado afirmou que a Secretaria da Saúde (SES) está trabalhando para melhorar a distribuição de medicamentos, e que novos lotes de insulina estão sendo adquiridos. Contudo, representantes da pasta reconhecem que a crise ainda persiste em diversas localidades.
Conforme o comunicado de um dos maiores fabricantes de insulina, o laboratório Novo Nordisk, a indisponibilidade afetará a Novolin R (insulina regular) e a Novolin N (insulina NPH de ação prolongada), ambas em frasco. A empresa justificou a medida citando mudanças em seu portfólio devido aos desafios globais na cadeia de suprimentos de medicamentos, que impactam diretamente o fornecimento de insulinas mundialmente.
Mariana Santos, da Redação Start
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