O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e que estave à frente do Ministério de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, questionou os dados divulgados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre os prejuízos causados ao Rio Grande do Sul pelas enchentes de maio.
O levantamento do BID, em parceria com o com o Banco Mundial (Bird) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), apontou R$ 87 bilhões em prejuízos.
Conforme o ministro, o estudo carece de dados relevantes para o reconhecimento do esforço das ações do governo federal para a reconstrução do Estado e solicitou uma avaliação do estudo. O estudo, antecipado pelo presidente do BID, Ilan Goldfajn, durante evento em Nova York, resultará em uma perda de 1,8% do PIB gaúcho.
Pimenta avalia que essa projeção desconsidera os investimentos feitos pelo governo federal no Estado e que resultarão em maior arrecadação. "Os auxílios do crédito subsidiado e o seu impacto na atividade econômica do Rio Grande do Sul contribuíram para o crescimento da atividade industrial do Estado em julho e agosto", diz o ministro em nota enviada à coluna do jornalista Rodrigo Lopes, de GZH.
Ele também cita que o ICMS está respondendo de forma positiva, como também o reflexo dos números do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Veja a nota completa do ministro:
"Um estudo sobre os impactos provocados pela enchente no Rio Grande do Sul, realizado pelo Banco Interamericano e divulgado nesta semana, carece de dados relevantes para o reconhecimento do esforço das ações do governo federal para a reconstrução do Estado.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, solicitou uma avaliação desse estudo, considerando os recursos injetados na economia. “Os auxílios do crédito subsidiado e o seu impacto na atividade econômica do Rio Grande do Sul contribuíram para o crescimento da atividade industrial do Estado em julho e agosto”, destacou o ministro. O ICMS também responde de forma positiva, como também a geração de emprego do Caged.
Essa atualização é crucial para que o estudo seja mais objetivo e revele a forma como a economia está reagindo como resposta às ações do Governo Federal. Para o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), foram dedicados R$ 5 bilhões. Já para o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE SOLIDÁRIO), foram destinados R$ 30 bilhões. Os agricultores gaúchos contaram com mais de R$ 4 bi de apoio financeiro via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Esse incentivo que o Governo Federal investiu na reconstrução do Rio Grande do Sul já começa a dar resultados positivos.
O Auxílio-Reconstrução e outras vias transferência de recurso diretamente aos atingidos pela catástrofe no Rio Grande do Sul já estão gerando caixa para a administração estadual. Foram R$ 1,9 bilhões para 748 mil famílias do Auxílio Reconstrução e mais de 10 bilhões em antecipações de benefícios. Depois de registrar dois meses de queda em maio e junho, a receita gaúcha arrecadou R$ 4,5 bilhões em ICMS no mês de julho.
Os empréstimos subsidiados para empreendedores também estão apresentando efeitos positivos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontou alta na atividade fabril no Rio Grande do Sul em sua Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PF) por dois meses seguidos: junho (34,8%) e julho (0,8%). De acordo com dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o Rio Grande do Sul havia registrado, em maio e junho, saldos negativos, com -21.993 e -8.581 postos, respectivamente. Apesar disso, no acumulado do ano, entre janeiro e julho, os gaúchos registram saldo positivo de 45.329 novas vagas.
Com isso, o Estado gaúcho ajudou o país a atingir a marca de mais de 1,49 milhão de novos postos formais neste ano, o que significa mais do que o Brasil registrou nos 12 meses de 2023, quando foram abertas cerca de 1,46 milhão de vagas.
O Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central (IBCR) relativo ao Rio Grande do Sul também demonstra um reaquecimento da economia no Estado. Em maio, o IBCR-RS apresentou queda de 7,2%. Passado o momento mais crítico da tragédia e tomadas as devidas ações para estimular a economia local, o índice que mede a atividade do Estado registrou dois meses de alta em junho (7,4%) e julho (0,8%). Apesar da catástrofe, o IBCR avançou 1% na comparação do trimestre de maio, junho e julho com o mesmo período de 2023.
O quadro de recuperação econômica também está sendo confirmado por indicadores de atores do mercado privado. Em junho, o Índice de Atividade Diária do Itaú Unibanco (Idat-Atividade), que analisa transações realizadas pelo banco via cartão de crédito ou Pix apontou uma alta de 20,1% na comparação entre médias móveis de sete dias. Em maio, no momento mais crítico da catástrofe climática no Estado, a contração foi de 27,9% no volume de operações para o setor de serviços, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Nas compras de bens do varejo ampliado, ainda de acordo com o Idat-Atividade, que apresentou queda de 16,7% durante as enchentes, o setor terminou o mês de junho com alta de 20,1% na comparação anual. Outros setores que retomaram crescimento foram o de material de construção (de queda de 19,4% para alta de 27,9%), móveis e eletrodomésticos (-29,3% para 10,9%) e o setor de escritório, informática e comunicação (-22,7% para 34,1%)."
Fonte: GZH
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