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Mulheres recebem 19,4% a menos que homens no setor privado, diz relatório divulgado pelo governo


Imagem: Eduardo Knapp/ Folhapress.

As mulheres recebem 19,4% a menos do que os homens nas maiores empresas do país, segundo o 1º Relatório de Transparência Salarial divulgado nesta segunda-feira (25) pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego.


Conforme o documento, a diferença de remuneração entre homens e mulheres em cargos de dirigentes e gerentes chega a 25,2%.


O levantamento foi feito com 49.587 estabelecimentos do setor privado com 100 ou mais empregados, até março deste ano.


De acordo com o governo, a maioria das empresas que enviaram os relatórios (73% delas) têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.


  • A exigência do envio de dados consta na lei de igualdade salarial entre homens e mulheres – sancionada em julho do ano passado.

  • A regra estabelece que as empresas que descumprirem as regras de igualdade salarial terão que pagar multa equivalente a dez vezes o valor do salário da pessoa discriminada. O texto também estabelece tratamento igualitário em razão de raça e etnia.


Dados do relatório


  • O salário mediano de contratação das mulheres negras (R$ 1.566,00) corresponde a 82% da média (R$ 1.901,00), enquanto o dos homens não negros era 19% superior à média.

  • Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média, a dos homens não negros é de R$ 5.718,40 – 27,9% superior à média. As mulheres negras ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.

  • A remuneração média das mulheres (R$ 3.041,00) equivale a 68% do valor médio (R$4.472,00), e o salário dos homens não negros era 27,9% maior que o valor médio.

  • No Distrito Federal e no estado de São Paulo se encontram os maiores salários de contratação mediano (R$ 2.091,68 e R$ 2.012) e as maiores remunerações médias (R$$ 6.045,01 e R$ 4736,62, respectivamente).

  • Entre as empresas que enviaram dados, 32,6% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres. O número é ainda menor quando se consideram grupos específicos de mulheres: negras (26,4%); mulheres com deficiência (23,3%); LBTQIAP+ (20,6%); mulheres chefes de família (22,4%); mulheres vítimas de violência (5,4%);

  • Também entre as empresas que responderam, 38,3% declararam que adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência.


Critérios remuneratórios


De acordo com o relatório de igualdade salarial, 51,6% das empresas possuem planos de cargos e salários ou planos de carreira. Grande parte delas adotam critérios remuneratórios de:


  • proatividade (81,6%)

  • capacidade de trabalhar em equipe (78,4%);

  • tempo de experiência (76,2%);

  • cumprimento de metas de produção (60,9%);

  • disponibilidade de pessoas em ocupações específicas (28%);

  • horas extras (17,5%).


Diferença por Estados


Os dados do relatório também mostram diferenças por unidades da federação.


  • O Distrito Federal, por exemplo, é a unidade da federação com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres: elas recebem 8% a menos que eles, em um universo de 1.010 empresas, que totalizam 462 mil ocupados. A remuneração média é de R$ 6.326,24.

  • Os estados de Sergipe e Piauí também apresentaram pequenas diferenças salariais entre homens e mulheres, com elas recebendo 7,1% e 6,3% menos do que os homens, respectivamente. Porém, ambos os estados têm remuneração média menor: R$ 2.975,77 em Sergipe e R$ 2.845,85 no Piauí.

  • São Paulo é o estado com maior número de empresas participantes, um total de 16.536, e maior diversidade de situações. As mulheres recebem 19,1% a menos do que os homens, praticamente espelhando a desigualdade média nacional. A remuneração média é de R$ 5.387.


Fonte: g1

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