Há quase cinco meses, Jéssica de Oliveira, de 30 anos, deixou a casa onde vivia em Sapucaia do Sul. A mulher, mãe de um menino de cinco anos, dirigia um Polo branco, adquirido havia pouco tempo. O veículo foi encontrado no dia seguinte, incendiado em Novo Hamburgo. Depois disso, ela nunca mais foi localizada e nem entrou em contato com a família, que aguarda por respostas sobre o paradeiro dela. O desaparecimento segue sob investigação da Polícia Civil.
Jéssica vivia em Sapucaia do Sul com uma irmã caçula e o filho. Segundo a família, ela saiu de casa no início da tarde de 1º de fevereiro para atender a um chamado realizado por meio de um site para contratação de acompanhantes. Na mesma tarde, a mulher chegou a realizar uma chamada de vídeo para parentes e afirmou estar na Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Um homem estaria no veículo com ela. Esse foi o último contato antes do desaparecimento.
No dia seguinte, o carro de Jéssica foi localizado incendiado em uma área de mata de difícil acesso nas margens da rua Presidente Lucena, no bairro Primavera, também em Novo Hamburgo. Foi necessário usar uma retroescavadeira para remover o veículo do local. Não havia vestígios dela dentro do automóvel. Quase cinco meses depois, a cozinheira Rita de Cássia de Oliveira, de 47 anos, não tem esperança de voltar a encontrar a filha com vida. A suspeita da família é de que ela tenha sido vítima de uma emboscada e assassinada.
"Tenho certeza que mataram ela, jogaram num rio, enterraram, não sei. Choro direto, de saudade dela. Não tenho nem como enterrar a minha filha. Se eu pudesse ao menos ver onde ela está, [ter] o corpo dela para eu enterrar. É só isso que estou buscando agora. Não sei mais o que fazer. Ninguém me dá respostas de nada, ninguém sabe onde está o corpo dela", lamenta a mãe.
Uma ossada foi localizada também na Lomba Grande, no dia 21 de fevereiro. No local, foi encontrado inicialmente um crânio e logo depois o restante dos restos mortais. A família chegou a acreditar que pudesse se tratar do corpo de Jéssica, mas a informação não foi confirmada pela polícia.
Ameaças
Antes de desaparecer, Jéssica já havia relatado para pessoas próximas que vinha sendo ameaçada. Um dos motivos seria o envolvimento dela com um presidiário, para quem costumava realizar visitas íntimas na cadeia. A polícia não informou se ouviu o preso, mas confirmou que Jéssica atuava como garota de programa e que costumava visitar detentos no sistema prisional. O caso segue sob investigação da equipe da 2ª Delegacia de Sapucaia do Sul.
"Estamos trabalhando em sigilo", limitou-se a informar o delegado Gabriel Lourenço.
Ainda em março, o policial havia confirmado que depoimentos tinham sido ouvidos e diligências continuavam sendo realizadas para elucidar o que aconteceu com Jéssica.
Desaparecimento
Natural de São Leopoldo, Jéssica é a mais velha de uma família de quatro irmãs, e cresceu no bairro Vicentina. Ali, estudou na Escola Castro Alves e no Instituto Parque do Trabalhador. Chegou a começar um curso técnico de enfermagem, mas, devido ao custo, não concluiu. Antes de passar a atender como acompanhante, Jéssica trabalhou com a venda de veículos.
Antes de sumir, segundo a família, ela estava atuando como garota de programa e costumava visitar detentos no sistema prisional. Pouco tempo antes de desaparecer, adquiriu um apartamento e alugou uma casa em Sapucaia do Sul, onde vivia com o único filho. Após o sumiço de Jéssica, o garoto está aos cuidados de familiares paternos.
"Ela era uma mãezona. O sonho dela era dar tudo de bom para o filho dela", diz a mãe de Jéssica.
Fonte: GZH
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