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Narrando os 200 anos da Imigração: 13º Capítulo - Escravidão na colônia alemã - 3ª parte

Escravidão na colônia alemã - 3ª e última parte


Existe ainda um outro desdobramento desta discussão sobre a proibição dos colonos possuírem escravos, apontado em um estudo de Piccolo20, que cita a fala do deputado Luís da Silva Flores, na sessão de 13 de julho de 1848, em que questionava sobre a constitucionalidade desta proibição e lançava a pergunta: “pode-se proibir a alguém que empregue o seu dinheiro como julgar conveniente?” Assim, mais uma vez recaímos na discussão sobre a cidadania dos colonos, dos imigrantes e seus descendentes, brasileiros na hora de pagar impostos, de serem recrutados, de obedecerem às leis, mas estrangeiros ou semi-brasileiros na hora de usufruírem do direito de posse, de votarem e serem votados, de possuírem escravos, etc. A divisão identitária teuto-brasileira não é apenas uma condição subjetiva afirmada pelos ideólogos étnicos sobre os imigrados e seus descendentes, é também uma expressão da ambígua postura da administração e da sociedade brasileira em relação a este grupo social, onde reafirmam seu caráter de estranho, estrangeiro, mas que tem de aprender a obedecer às normas da casa (brasileiro), e mais, por ser “estrangeiro” não tem os plenos direitos de brasileiro.


Sobre aquela proibição poderíamos dizer que esta era uma lei “para inglês ver”, pois contrariava os princípios de uma sociedade escravocrata e da liberdade das pessoas disporem de seus bens e capitais, e, por ser uma lei “política” sua implementação dependeria do jogo de pressões, influências e enfrentamento ao qual os “imigrantes” não se recusavam, muito pelo contrário. Neste sentido, as fontes documentais evidenciam a continuidade na utilização da mão-de-obra escrava na Colônia. O Censo de 184822, logo após a Revolução Farroupilha e num momento em que iniciava-se um período de desenvolvimento da economia colonial, nos apresenta os seguintes dados referentes à Vila de São Leopoldo:


Local Brasileiros Alemães Escravos de Brasileiros Escravos de Alemães

Pesquisa Bado Jacoby/Fonte: Professor Marcos Justo Tramontini(UNISINOS, Brasil)


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