O nível do Guaíba, em Porto Alegre, tem se mantido relativamente estável nos últimos dias, por volta de 2,40 metros, conforme as medições da Agência Nacional de Águas (ANA) e da régua de medição da empresa TideSat na Usina do Gasômetro, embora um pouco abaixo da cota de alerta, de 2,50 metros. Mas a altura não impediu que houvesse o desaparecimento do grande banco de areia formado na costa da Ilha das Balseiras, paralela à Zona Sul da Capital.
Mesmo sem definições sobre seu futuro, a tendência é a de que a ilha chegou para ficar, e reflete também um alerta ambiental. “Ela é a face mais visível do assoreamento de todos os grandes rios da bacia hidrográfica do Guaíba, demonstrando a urgência de ações para recuperar a capacidade de vazão de todos eles”, afirma o engenheiro civil e ex-diretor-geral adjunto do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Leomar Teichmann.
Para a navegação, não há mudanças, conforme já havia sido informado pela Portos RS, autoridade portuária gaúcha, pois o canal de navegação rumo à Lagoa dos Patos passa distante do conjunto arenoso. É consenso entre os pesquisadores que ele foi formado a partir de sedimentos trazidos pelas enchentes de maio depositados nesta região, cuja profundidade é pequena. Seu tamanho é variável, estimado entre 30 a até 80 hectares.
Ainda se afirma que as demais ilhas do sistema do Delta do Jacuí foram formadas da mesma maneira. Ali, a natureza exerceu também seu papel de criar terras e se responsabilizar pela exuberância da vida. Não deve ser diferente nas novas terras, conforme é demonstrado pela presença de sementes e animais em circulação. A conexão desta nova ilha com as Balseiras vai depender também do volume de água e deposição de novos sedimentos ao longo do tempo.
Fonte: Correio do Povo
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