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Foto do escritorGuilbert Trendt

Polícia Civil indicia 19 suspeitos por chacina com quatro mortos em Rolante


Imagem: divulgação/ Polícia Civil.

A investigação da chacina que deixou quatro mortos em Rolante, no Vale do Parananha, no início de setembro, chegou ao fim. Dezenove suspeitos foram indiciados, sendo 15 presos e outros quatro, incluindo o mandante, ainda foragidos. O caso está sob análise do Poder Judiciário, conforme anunciou a Polícia Civil nesta quarta-feira (6).


O inquérito é fruto de uma força-tarefa entre a Delegacia de Polícia (DP) de Rolante e 6ª Delegacia de Homicídios (6ª DHPP). Com mais de mil páginas, o documento conclui que disputas entre grupos criminosos por pontos de tráfico motivaram o ataque.


A chacina ocorreu em 1º de setembro, por volta das 3h30, quando quatro moradores de Rolante foram arrebatados em casa. Depois, no entorno de um condomínio na avenida Bento Gonçalves, no bairro Rio Branco, mais de 120 disparos de pistola e fuzil atingiram os homens.


Os corpos foram deixados ali, na calçada, sendo que dois tiverem as mãos amarradas para trás. Eles seriam integrantes de uma facção com origem no bairro Bom Jesus, na Zona Leste de Porto Alegre, mas que também criou ramificações em Rolante.


Conforme a investigação, o ataque foi ordem de uma quadrilha oriunda do Vale do Sinos, rival do grupo criminoso das vítimas. Por isso os suspeitos teriam saído de Portão rumo a Rolante, em um comboio de 13 veículos.


A carreata foi encabeçada por uma ambulância, que serviu para transportar armas para o grupo. Outros dois automóveis utilizavam giroflex ligado na intenção de parecer viaturas.


De acordo com o delegado Vladimir Medeiros, que comanda a DP de Canela e também responde por Rolante, todos os suspeitos foram identificados. Somado a isso, os envolvidos ainda tiveram ordem de prisão preventiva decretada.


"A ação da Polícia Civil foi exemplar e ágil, dando à comunidade uma resposta necessária. Há farta prova da participação de cada um dos investigados nos autos do inquérito”, afirma Medeiros.


O delegado titular da 6ª DHPP, Thiago Carrijo, destaca que métodos técnicos serviram de base na apuração. Ele reforça que a união de esforços do Departamento de Homicídios com DP de Rolante foi o que determinou a resolução do crime.


"O empenho e a determinação dos policiais, somados às técnicas investigativas que foram empregadas, resultaram na elucidação desse crime bárbaro em Rolante”, aponta Carrijo.


Os delgados adicionam ainda que, nos últimos dois meses, foram executadas dezenas de medidas judiciais, com destaque para a Operação Vindex, deflagrada em 19 de setembro com mais de 200 policiais civis. Os dois também agradecem ao Poder Judiciário e Ministério Público pela celeridade dispensada ao caso.


Mandante da chacina está foragido


O mandante do crime seria um homem de 35 anos, que é apontado como líder do tráfico em Portão. Ele também chegou a comandar a venda de drogas em Rolante mas, no dia 18 de março de 2022, foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.


Apesar de manter a atuação em Portão e retornar ao Rio Grande do Sul no ano seguinte, o isolamento dele resultou na perda de pontos de tráfico para a facção rival em Rolante. O criminoso permaneceu na Penitenciaria de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) até junho de 2023, quando obteve progressão ao regime semiaberto com tornozeleira.


Ainda no ano passado, em setembro, ele conseguiu autorização para retirar o aparelho e estava em liberdade condicional. Desde o dia 18 de outubro deste ano, entretanto, o paradeiro dele é desconhecido.


Fonte: Correio do Povo

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