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Polícia indicia aluno da UFRGS por injúria racial contra professora



Imagem: Gustavo Diehl/ UFRGS.

A Polícia Civil indiciou por injúria racial um aluno da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) denunciado por racismo contra uma professora da instituição. A identidade dele não foi divulgada pela polícia.


De acordo com a delegada Tatiana Bastos, titular da Delegacia de Combate à Intolerância em Porto Alegre e responsável pela investigação, provas testemunhais e uma sindicância da universidade ajudaram a polícia a chegar à conclusão de que o estudante deveria ser responsabilizado.


A sindicância da UFRGS foi um Processo Disciplinar Discente (PDD) conduzido por uma comissão que decidiu pela expulsão do estudante.


A UFRGS, a respeito da decisão da comissão, disse que "o processo está tramitando nas instâncias da universidade, sendo, portanto, ainda sigiloso". Não foram divulgadas informações sobre o aluno: se permanece frequentando aulas ou está afastado.


Sobre as provas testemunhais, a professora que sofreu a injúria, segundo a polícia, Gláucia Aparecida Vaz, do curso de Biblioteconomia, contou que o caso teria acontecido em 19 de julho de 2023, quando ela chegava para dar aula. A docente relatou que o universitário disse que ela "não sabia qual era o lugar dela". Ele também teria falado que ela "continuaria sendo perseguida e odiada".


Em depoimento à Polícia Civil, o aluno negou que tenha praticado o crime.


O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público (MP), órgão responsável por decidir se vai oferecer denúncia ou não à Justiça. Caso isso ocorra, o estudante será formalmente acusado do crime. Se a Justiça aceitar a denúncia, ele começará a ser julgado.


Processo disciplinar


Ao longo do PDD, testemunhas apontaram que o aluno se manifestava de forma inadequada contra a professora, tanto fora da sala de aula, em um grupo da turma no WhatsApp, quanto na universidade, "depreciando a abordagem dada aos conteúdos, questionando suas metodologias".


Ele teria dito "que a professora Glaucia era uma 'mala' e que a racista era ela porque ele era branco dos olhos verdes", diz o relatório.


Durante depoimento à comissão, o estudante também teria dito que "nada a ver ser preta ou mulher, o problema é ser chata", que foi casado com uma "mulher negra" e que tinha um filho que "é mulato".


A comissão enquadrou o caso no Código Disciplinar Discente. "O seu inciso V caracteriza como infração gravíssima 'praticar, induzir ou incitar, a discriminação ou preconceito de raça, sexo, cor, etnia, religião ou procedência nacional'", disse a comissão.


Fonte: g1

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