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Porto de Rio Grande ganha espaço como hub na exportação de grãos


O Porto de Rio Grande, no Sul do Estado, vem se consolidando como um hub na exportação de grãos, grande parte vinda de outros Estados. Mesmo com os gargalos logísticos colocados Brasil afora, o terminal gaúcho é destino de parte importante da safra brasileira, que percorre longa distância desde o Centro-Oeste para ser escoada mundialmente pelo Rio Grande do Sul. Cerca de 35% de tudo o que é exportado pelo terminal chega de outros Estados.


Os motivos para o papel logístico de destaque vêm das melhorias recentes no terminal e da própria defasagem da logística brasileira para escoar sua produção adequadamente. Justamente por esta falha, Rio Grande tem abocanhado fatia importante de exportação que outros terminais portuários não conseguem mais suportar.


A demanda é crescente e se dá, sobretudo, porque no porto gaúcho não há espera de navio. Diferentemente dos principais terminais do país, como Paranaguá (PR) e Santos (SP), que chegam a ter espera de mais de 30 dias para o embarque e o zarpar das cargas.


"Isso explica por que estão descendo cargas de outros Estados. O custo compensa, inclusive, outros encargos mais caros que temos por aqui, como os de pedágios rodoviários", diz o gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima.


Há, ainda, a chamada logística reversa, possibilitada pelas fábricas consolidas no Rio Grande do Sul. O mesmo caminhão que sobe o Brasil levando fertilizantes, volta ao porto transportando soja. Em 2022, foram 400 mil toneladas de grãos vindas do Mato Grosso. Este ano, a carga deve ultrapassar 1,4 milhão de toneladas.


Junto com a competitividade de embarque, a excelência da operação e o prazo da entrega garantem relevância para Rio Grande. Segundo Estima, a consolidação é efeito dos investimentos em dragagem, obras de modernização e melhorias de píer nas áreas operadas por empresas.


"O Porto de Rio Grande vem trabalhando para ser um hub forte do Cone Sul, uma referência em gestão portuária, concentrando cargas também de países vizinhos. Tem um calado e profundidade apropriados e área de armazenagens de 4 milhões de toneladas, carregando mais de 1,1 mil navios de grãos por ano. E estamos trabalhando para em 2027 termos novos leilões no porto de grãos, porque em 2035 devemos ter uma produção que justifique mais terminais para não ter espera de navios", diz Estima.


A qualidade da infraestrutura necessária para o escoamento da produção é motivo de preocupação constante no agronegócio. O prognóstico da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) é de que o Brasil tem logística para apenas metade da sua safra, conforme análise do economista-chefe da entidade, Antônio da Luz. Ou seja: o volume de produção é mais do que o dobro da capacidade de carga, somados todos os modais.


O setor vê como urgente a necessidade de novos investimentos logísticos. Segundo a Farsul, os aportes em melhorais que atendam somente a demanda do agronegócio teriam capacidade para gerar crescimento anual de até 6%. "É dinheiro que deixa de circular nas nossas economias", diz o economista da federação.


Fonte: GZH

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