O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou expansão de 2,45% em 2023 na comparação com o ano anterior, informou a instituição nesta segunda-feira (19).
Como são períodos iguais, o resultado foi calculado sem ajuste sazonal – que é um tipo de "compensação" para comparar épocas diferentes do ano.
Apesar do crescimento em 2023, o ritmo de alta mostrou desaceleração em relação ao ano anterior, quando houve uma expansão maior: de 2,77%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
O resultado oficial do PIB será divulgado somente em 1º de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, o PIB registrou um crescimento de 3%.
O Ministério da Fazenda estimou, no fim do ano passado, uma expansão de 3% para o PIB de 2023, que é a mesma projeção do BC para o crescimento da economia no último ano.
No quarto trimestre de 2023, segundo o BC, o índice de atividade econômica teve elevação de 0,22% na comparação com os três meses anteriores. Nesse caso, houve ajuste sazonal.
Juro alto e endividamento
A desaceleração da economia apontada pelo Banco Central em 2023 aconteceu em um cenário de juros elevados, para combater pressões inflacionárias, na maior parte do ano.
Em 2023, a taxa Selic começou a recuar somente em agosto, quando passou de 13,75% para 13,25% ao ano. Desde então, já foram feitas cinco reduções seguidas pelo BC e, atualmente, a taxa está em 11,25% ao ano.
Segundo o BC, o endividamento das famílias somou de 48,2% da renda acumulada nos 12 meses até novembro de 2023, contra 49% no fechamento de 2022.
Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias somava 41,8%. A série histórica do BC para este indicador teve início em janeiro de 2005.
Ao mesmo tempo, ainda segundo o BC a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito avançou em 2023, fechando o ano passado em 3,3% – contra 3% no final de 2022.
De acordo com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de inadimplentes no país somou 66,96 milhões de brasileiros em janeiro deste ano.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Fonte: g1
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