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Um dos marcos históricos de São Leopoldo, a Praça do Imigrante, foi totalmente revitalizada e devolvida à comunidade neste final de semana. O espaço, que simboliza a chegada dos primeiros alemães ao município, recebeu investimentos de R$ 4 milhões. A obra incluiu a reforma do calçamento, com a manutenção das pedras originais, ampliação da área de circulação e reativação do chafariz. A revitalização estava prevista para os festejos dos 200 anos da Imigração Alemã, em julho, mas foi adiada devido à enchente de maio.
Para celebrar a entrega, uma festa foi montada desde a parte da manhã com bandas marciais, bancas de chope, gastronomia e artesanato.
Durante o ato oficial, o prefeito Ary Vanazzi destacou o significado histórico e social da praça. “Me preparei para ser o prefeito do bicentenário. No decorrer do mandato, passei por uma pandemia e duas enchentes. Tivemos que mudar nossas prioridades. Apesar disso, deixamos ruas calçadas, escolas e unidades de saúde reformadas em melhores condições do que antes”, afirmou. Ele ainda ressaltou a importância do espaço para revitalizar o centro da cidade: “Nós mexemos no coração da cidade, na Rua Independência, para que a cidade pulse com energia. A região metropolitana virá para cá, seremos a referência que fomos na década de 70 e 80”.
Madeleine Hilbk, representante da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL), reforçou o papel da praça no desenvolvimento econômico local. “Essa praça está sendo devolvida à população. Ela tem um significado importante para o comércio, que aqui iniciou. Era o centro de trocas de toda a região. Produtores de várias localidades tinham aqui o ponto de compra e venda", recordou.
História da Praça do Imigrante ou Praça Centenário
Segundo o historiador e coordenador do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Relações Internacionais, Márcio Linck, o projeto embrionário da atual Praça do Imigrante teve início por volta de 1830, quando o diretor da então Colônia de São Leopoldo, José Thomas de Lima, definiu que aquele espaço seria uma área de lazer.
O local da Praça do Imigrante e seu entorno foi por muito tempo o ponto principal de comércio e de escoamento daquilo que era produzido na colônia, pois ali ficava a passagem formada pelos bancos de areia em época de águas rasas, que permitia a travessia a pé de uma margem à outra do Rio dos Sinos. Essa passagem deu origem ao nome Rua do Passo, primeiro nome da atual rua Independência. "Nesse ponto também havia os vivandeiros (ambulantes da época) que comercializavam víveres que a colônia não produzia. Esse ‘cais’ às margens do Rio dos Sinos era o ponto de partida para o escoamento e recebimento (ou transporte) das mercadorias que abasteciam a colônia e a capital Porto Alegre", sustenta o historiador Márcio Linck.
Para marcar o Centenário da Imigração Alemã em 1924 foi construído um monumento inacabado de pedra, onde hoje consta a inscrição em relevo "Den Vätern Zum Gedächtnis", que significa em tradução literal "Em memória dos nossos antepassados". A praça recebeu então a denominação de Praça Centenário.
Somente em 1927, a Praça do Imigrante começa a ganhar os contornos de hoje. O Intendente (prefeito) João Corrêa decidiu dragar o Rio dos Sinos e fazer o aterramento no entorno da Praça do Imigrante. Foram colocados 17.600 metros cúbicos de areia para dentro da praça. "Os trabalhos foram concluídos em 1933 e a praça inaugurada em 1934 pelo Intendente Theodomiro Porto da Fonseca. Ela também tem traços no estilo francês. Neste mesmo ano junto com a inauguração da praça, o município realizou duas grandes obras: a faixa de cimento, considerada a segunda do Brasil, que se estendia de São Leopoldo passando por onde hoje é o Horto Florestal até Porto Alegre, e a grande feira de expositores da indústria alemã em comemoração aos 110 anos", revela o professor Linck.
Tombamento histórico em andamento
Em junho de 2021, o prefeito Vanazzi assinou o documento que pede o tombamento da Praça do Imigrante junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O texto foi criado por um movimento, organizado pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL). A iniciativa coletou ainda assinaturas de empresas e entidades da sociedade civil. De acordo com Linck, o processo ainda segue em trâmite no IPHAN e se aprovado será o primeiro bem material tombado do município a ser reconhecido em nível nacional. *Com informações da Prefeitura de São Leopoldo.
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