
Iniciativas para combater a fome em São Leopoldo ganharam novo impulso após a participação do município no “1º Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária: uma política pública em construção”, realizado nos dias 12 e 13 de novembro, em Brasília. O evento reuniu organizações da sociedade civil, gestores públicos e representantes do governo federal para debater políticas voltadas à segurança alimentar.
O encontro contou com mesas de discussão, oficinas temáticas e atividades culturais que promoveram a troca de experiências entre os participantes. Representando São Leopoldo, estiveram a Associação Meninos e Meninas de Progresso (AMMEP) e a Cozinha Social Arcanjo São Miguel. A AMMEP, responsável pela gestão do programa no município, foi selecionada por edital do governo federal. Os custos da viagem foram financiados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e pela Fiocruz.
Fabiane Bernardo da Silva, coordenadora da AMMEP, aponta a importância do encontro. “Foi possível dialogar com diferentes representantes e pensar na criação de um Fórum das Cozinhas Solidárias em nosso município, fortalecendo as ações realizadas”, afirma. Segundo ela, as experiências compartilhadas servirão de base para novas iniciativas em São Leopoldo.
O município se destaca no Rio Grande do Sul pela atuação no combate à insegurança alimentar. Das 86 cozinhas solidárias do Estado, 11 estão em São Leopoldo, que também conta com projetos locais, como o São Léo Mais Comida no Prato. Coordenada pela Secretaria de Assistência Social (SAS), a iniciativa distribui mais de 20 mil refeições por mês e já envolveu mais de 30 cozinhas sociais.
Segundo Carolina Cerveira, chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da SAS, "o Programa Cozinha Solidária amplia recursos e qualifica o trabalho das cozinhas sociais, especialmente em períodos de calamidade pública, como a enchente que atingiu a cidade”.
Uma das inovações do programa é a possibilidade de direcionar recursos financeiros diretamente às cozinhas, permitindo que adquiram insumos, equipamentos e remunerem voluntários. Para Fabiane, essa flexibilidade é essencial. “Não é viável manter o serviço exclusivamente com trabalho voluntário. O apoio financeiro é fundamental para garantir a continuidade das atividades”, avalia.
Com as discussões do encontro, São Leopoldo pretende avançar no fortalecimento das cozinhas solidárias. Carolina explica que os próximos passos incluem a promoção de formações para equipes locais, a manutenção do diálogo com outras cidades e o estreitamento de parcerias com diferentes políticas públicas.
Comentarios