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São Leopoldo registra 2º maior saldo de novos postos de trabalho na região nos dois primeiros meses de 2024


Imagem: divulgação/ Cmak Agro.

Os dados divulgados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, mostram que São Leopoldo foi o segundo município da região que mais criou novos postos de trabalho nos dois primeiros meses de 2024. Segundo os indicadores, a cidade registrou saldo positivo de 516 na geração de empregos – foram 4.794 admissões e 4.278 demissões no período. A vizinha Novo Hamburgo, que possui semelhanças econômicas, geográficas e populacionais com São Leopoldo, registrou 667 novos empregos e lidera o ranking da região.


Outras cidades vizinhas, como Sapiranga (407), Estância Velha (300), Campo Bom (241), Portão (164), Esteio (48) e Sapucaia do Sul (10) também registraram saldo positivo no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano.


De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (Sedettec) de São Leopoldo, Mário Rosito, os dados demonstram que 2024 já começa com um cenário positivo no número de trabalhadores com carteira assinada na cidade. Para ele, o incremento de 267 novos postos na Indústria e 244 nos Serviços são os destaques do período. “O aumento nos Serviços foi causado primordialmente pelas atividades relacionadas à educação e à tecnologia. A indústria recupera, em parte, nesses dois primeiros meses de 2024, as perdas ocorridas em 2023, e inverte a tendência de demissões verificada à época”, explica Rosito.


Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL), Daniel Klafke, ainda é cedo para afirmar que o crescimento é uma tendência, já que o período analisado é curto e recente. “Se por um lado as indústrias estão elevando a contratação, por outro, o Comércio está estagnado. Pela observação dos dados, o setor que mais gerou empregos neste acumulado de dois meses foi o da Indústria. Isso mostra que gradativamente as indústrias locais estão retomando a produção, principalmente com foco nas exportações. A administração pública, que fica dentro do grande grupamento dos Serviços, ficou em segundo lugar nas contratações com carteira assinada, com 144 vagas, enquanto o segmento de Tecnologia da Informação empregou 116 profissionais”, pondera Klafke.


Já Valmir Pizzutti, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo (Sindimetal RS), aponta que a geração de empregos no setor industrial não representa um crescimento real. “Apesar do aumento de novos postos de trabalho, a indústria segue estabilizada, em um nível de manutenção e não de crescimento. As novas contratações representam apenas o preenchimento de vagas que estavam em aberto”, afirma. Durante 2023, a Indústria perdeu 1.233 postos – nos dois primeiros meses o saldo ficou positivo em apenas 18.


Ainda segundo Pizzutti, “o diferencial entre [o mesmo período de] 2023 e 2024 é que a economia ainda estava saindo de um período de pandemia, além das expectativas em relação às proposições de um novo governo que iniciava seu mandato”.


Comércio começa o ano sem novos postos de trabalho


Diferente dos setores da Agropecuária e da Construção, que abriram três e dois novos postos de trabalho, respectivamente, o setor do Comércio ficou “zerado” nos dois primeiros meses – foram 1.319 admissões e 1.319 demissões. Para o secretário Rosito, os dados do setor indicam manutenção no número de vínculos empregatícios. “Por se tratar do início de ano, não deixa de ser um dado positivo. É comum termos mais desligamentos do que contratações neste período”, aponta.


O entendimento do gestor municipal também é compartilhado pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Leopoldo (CLD-SL), Olinto Menegon, que destaca que janeiro e fevereiro são meses com pouco movimento no comércio. “Tanto que acontecem as ações de Black Friday, as liquidações. Esse período é muito lento de movimento, então é o momento em que acontece um pouco das demissões. Em março começa a reativar em poucos segmentos. O [segmento] da volta às aulas começa um pouco aquecido, o da confecção, até por causa das roupas das crianças devido às aulas, mas os demais ainda não engatinharam. Começa a andar do fim de março em diante”, afirma Menegon.


Klafke tem uma visão diferente de ambos, já que vê com preocupação a estagnação do Comércio, e também da Construção Civil, indicando que não está havendo consumo na cidade. “Esse desempenho, que beira o negativo, mostra que a massa salarial não fica em São Leopoldo e coloca um sinal de alerta sobre os motivos desse fraco desempenho, tendo em vista que o ano escolar começou em fevereiro, bem como o retorno das férias.O ambiente de negócios de uma cidade é em grande parte revelado por estes dois setores e precisamos nos questionar o motivo de não estarem alavancados como os demais”, aponta o presidente da ACIS-SL.


Cenário econômico e eleições municipais geram incertezas para o restante do ano


Para Mário Rosito, a geração ou não de novos postos de trabalho para os próximos meses está atrelada ao cenário de incertezas, resultado sobretudo das Eleições Municipais de outubro e do cenário econômico externo e interno. “Persiste um cenário de incertezas tendo em vista o período eleitoral, a conjuntura externa, sobretudo o que se relaciona aos conflitos no Leste Europeu [Guerra entre Rússia e Ucrânia] e às eleições norte-americanas. Internamente, o aspecto positivo é a tendência da manutenção da queda da taxa de juros básica da economia, algo que facilita todas as operações de crédito. Dados essas circunstâncias, pode-se esperar uma estabilidade no mercado de empregos formais na cidade”, projeta o secretário.


Conforme o presidente da ACIST-SL, Daniel Klafke, mesmo que o período analisado seja curto, a expectativa é de que sempre haja crescimento e criação de novos postos de trabalho na cidade. “São Leopoldo tem mostrado sua força de recuperação por ter uma atividade industrial bem diversificada e que tem nas exportações seu principal ponto de escoamento da produção. O Parque Tecnológico São Leopoldo também contribui para que os empregos estejam no azul. O que precisamos fazer é criar soluções para que os demais setores também encontrem na cidade um ambiente de prosperidade”, avalia.


Em relação à Indústria, o diretor-executivo do Sindimetal RS cita as propostas de aumento de impostos, que podem afetar diretamente a contratação de novos trabalhadores no setor. “Nos dias atuais, a indústria está em compasso de espera, aguardando o resultado de proposições de aumento de impostos, especialmente a nível estadual. As decisões que forem tomadas certamente terão impactos positivos ou negativos na atividade industrial”, explica Pizzutti.


Guilbert Trendt, da Redação Start

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