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Vitória de Wagner e Kleber em Cannes deprime quem joga o Brasil no lixo


Quando a seleção brasileira masculina levou o histórico 7 a 1, uma amiga lamentou-se comigo de que havíamos perdido o moral em algo no qual somos reconhecidamente bons diante do mundo. Pouco mais de dez anos depois, o Brasil mandou o domingo de Carnaval às favas e estava reunido para torcer pelo Oscar de Fernanda Torres e de "Ainda Estou Aqui", cujo anúncio foi mais celebrado que um grito de gol em final de Copa.


Alegria parecida irrompeu, ontem, quando Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho ganharam os prêmios de melhor ator (o primeiro brasileiro nessa categoria) e direção no festival de Cannes, um dos mais importantes em todo o mundo, pelo filme "O Agente Secreto". Que não é um filme sobre ditadura, como o de Walter Salles, mas que denuncia a dificuldade de se ter uma vida digna e segura diante da corrupção, da violência e das safadezas daquele período.


Os dois filmes foram abraçados por críticos e audiências de outros países porque tratam de histórias universais. Não vou dar spoiler, mas dialogam tanto com o passado, mas também com um presente que insiste em repetir os mesmos erros. Agora, não mais como tragédia, mas como pornochanchada de baixa qualidade. Em um momento em que esses erros ganham eleições e põe sua agenda em marcha, o lembrete é mais do que necessário.


Há outros filmes brasileiros que vêm fazendo sucesso em festivais mundo afora. Após um período de trevas, em que o governo Jair Bolsonaro fez de tudo para tentar enterrar o cinema nacional, é salutar e paradigmático todos esses prêmios. Tentativa estúpida, diga-se de passagem, por que, como bem sabem os EUA, a China, a Índia, a Europa, a Itália, a Argentina, entre tantos outros, cinema é uma indústria que gera emprego e move a economia.


FONTE: PORTAL UOL - COLUNA LEONARDO SAKAMOTO

FOTO: Portal UOL











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