SÃO LEOPOLDO: a política leopoldense fervilha com as mudanças partidárias já acontecidas e as que ainda podem acontecer. Os partidos têm exatos 11 dias para finalmente ver definido a cara das chapas proporcionais e também ter um indicativo mais consistente das chapas majoritárias. Existem três pré-candidaturas postas e prontas para a disputa que vai definir o prefeito que vai comandar a cidade a partir de 01 de janeiro de 2025. Também existe a situação indefinida da Vereadora Iara Cardoso (PDT), que reflete seu futuro político com todas as possibilidades possíveis. A presidente da Câmara de Vereadores leopoldense, pode ser candidata a prefeita ou vice-prefeita pelo PDT com a atual administração, pode ser vice-prefeita na chapa de Heliomar Franco, pode porque não, compor em uma chapa majoritária com o grupo comandado por Gabriel Dias, Arthur Schmidt e Kelbe Gonçalves e se nada se materializar nas pretensões para a majoritária, deve buscar uma reeleição praticamente garantida para a Câmara de Vereadores. Com certeza, nunca nenhum personagem da política capilé esteve diante de tantas alternativas eleitorais como a experiente Iara Cardoso. Diante dessa realidade peculiar, todo o cuidado ainda é pouco para não errar o pulo. A pré-candidatura de Hitler Pederssetti também existe e tenta se materializar na contramão de todas as outras alianças já encaminhadas. Pederssetti tenta se mostrar como a verdadeira alternativa de oposição.
A leitura dos eventos políticos dos últimos dias
A realização de tantos eventos políticos nos últimos dias foi a amostragem do que cada grupo pode e deve mostrar na disputa eleitoral de outubro. PT, PL e PSDB se mobilizaram de maneira intensa e cada um pode contar e cantar vantagens sem problemas até porque, os objetivos foram alcançados por todos.
Evento da apresentação da nova executiva do PL Leopoldense
O encontro partidário que teve como objetivo principal apresentar a nova executiva municipal que agora passa a ser presidida pelo pré-candidato a prefeito Heliomar Franco. Também fazem parte da nova executiva, os seguintes nomes: 1° Vice-presidente Daniel Daudt, 2º Vice-presidente Jeferson Falcão Mello, Secretária geral Andrea Cristine de Oliveira, Tesoureiro André Serpa, Vogal Vitor Carvalho, Suplente Gildo Cordova , PL Jovem Maurinho Fiuza e PL Mulher Fabiana Oliveira. Mesmo que a motivação principal fosse a apresentação da nova executiva, a concorrida janta mostrou que a candidatura de Heliomar Franco é a menina dos olhos da direita Bolsonarista do estado. Estiveram no evento, os deputados federais Bibo Nunes (PL-RS) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o deputado estadual Delegado Zuco (Republicanos). A direita Bolsonarista vai vir de mala e cuia para São Leopoldo para tentar eleger Heliomar Franco e será um dos maiores objetivos a nível de estado do RS. Segundo informações da organização do evento, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro participaria de modo on-line e só não aconteceu por questões técnicas. A surpresa da noite, que não surpreendeu os mais atentos, foi a aparição da cúpula da trágica administração conhecida como os "senhores das excelência em gestão" de tão tristes lembranças para São Leopoldo. O que este grupo pode agregar na candidatura que se apresenta como uma nova alternativa para o atual governo, é a grande dúvida no ambiente político. Mas com certeza, o fardo é pesado.
O aniversário do PT e os curativos nas feridas internas
A comemoração dos 44 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores teve uma simbologia muito grande em São Leopoldo. Mesmo que o objetivo tenha sido celebrar a criação da sigla, o que mais se comemorou e foi dado destaque pelos organizadores, foi o realinhamento interno do partido. Em uma costura que foi feita pelo próprio prefeito Ary Vanazzi, poucos dias antes da festa de aniversário, a tendência interna Democracia Socialista (DS) liderado por Nestor Schwertner, voltou ao convívio da administração municipal e também para a pré-campanha do candidato Nelson Spolaor, escolhido nas prévias internas do PT. Todos os envolvidos na disputa interna, que tantas feridas deixou, buscaram deixar a mensagem de unificação partidária. Também chamou a atenção o reencontro do partido com suas bases mais populares que há um bom tempo perderam o protagonismo que historicamente sempre tiveram. O PT sentiu os reflexos desse afastamento e sabe que o isolamento de gabinetes e da intelectualidade partidária limita e muito a possibilidade do partido se manter ou disputar o poder nas eleições de São Leopoldo e de outros locais. Associações de bairros, setores religiosos e setores da classe média que sempre foram orgânicos ou simpáticos as bandeiras petistas, foram ou estão sendo absorvidos por outros segmentos políticos que estão ocupando os espaço deixados pelas cúpulas do partido. O PT e seus aliados vão ter cinco meses para o realinhamento interno e principalmente reconquistar espaços perdidos em um eleitorado tradicionalmente seu e que hoje, flutua e flerta com seus principais opositores. A festa dos 44 anos teve bolo, velas e parabéns a você, mas, principalmente uma tentativa de reencontro interno e com suas bases históricas.
Gabriel Dias e sua chegada no ninho Tucano
O último grande evento partidário que encerrou a primeira rodada de demonstração de força política, foi a filiação do Vereador e pré-candidato a prefeito Gabriel Dias, no PSDB leopoldense. A troca de sigla foi uma estratégia política que ultrapassa o Rio dos Sinos e tem articulação também a nível estadual. O namoro com os Republicanos não avançou para intenções mais sérias pela dificuldade da cúpula estadual estar apoiando o pré-candidato Heliomar Franco e se temia que lá na frente, Gabriel Dias seria afastado da disputa por instâncias maiores dos Republicanos. A avaliação foi pragmática e conseguiu trazer o atual governo estadual para o contexto eleitoral leopoldense e ainda manteve a parceria com a Deputada Federal Ana Ortiz (Cidadania), partido que Gabriel se desfiliou. O agora Tucano Gabriel Dias, mantém sua proximidade com o MDB que mesmo tendo perdido nomes históricos que optaram pelo alinhamento com Heliomar Franco, ainda tem uma estrutura partidária bem consistente. Gabriel Dias, Arthur Schmidt e Kelbe Gonçalves, vão tentar ocupar uma densidade eleitoral que não faz parte dos extremos representados pelos outros pretendentes ao cargo de prefeito ou prefeita de São Leopoldo. São nomes novos mas já com boa bagagem política e com pouca rejeição eleitoral. Ou seja, o objetivo é vender uma oposição que pode construir sem destruir.
A grande verdade de todas estas movimentações dos principais grupo políticos que vão disputar as eleições de 2024 em São Leopoldo, é de que, todos tem suas bolhas e a partir delas, vão tentar sensibilizar o eleitor flutuante que ainda é a maioria e será decisivo na hora de apertar a tecla da urna eleitoral no dia da eleição que será uma das mais importantes da história do município.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br/ Por Bado Jacoby
