A alma humana se revela na política e no poder - Por Bado Jacoby
- Start Comunicação

- 12 de out.
- 2 min de leitura
Maquiavel já dizia lá no século XVI, talvez não com essas palavras, mas com essa intenção, que “a alma humana se revela na política e no poder.” E, convenhamos, se o velho filósofo italiano ressurgisse em São Leopoldo hoje, ele se sentiria em casa.
Os recentes episódios envolvendo Simone Dutra, primeira-dama e secretária de Assistência Social, e Regina Caetano, vice-prefeita e titular da Sedettec, e que, por tabela, atingiram toda a estrutura do governo, são o retrato exato dessa máxima maquiavélica. Simone pode até ter dado passos largos demais no pós-eleição e, justiça seja feita, teve legitimidade para isso, afinal sua trajetória foi fundamental na construção da vitória de Heliomar Franco e Regina Caetano.
Simone Dutra, avançou e assim fez em um terreno vazio de articuladores experientes, o que a deixou exposta. A condução “modo patrola” até pode e deve ser ajustada, para que a força política que conquistou não se torne também o seu calcanhar de Aquiles.
Regina Caetano, a vice-prefeita, venceu o primeiro round. Foi para o ataque de peito aberto e mostrou sua personalidade política. Mas, também mostrou que em política, todo cuidado é pouco, inclusive com ela.
É verdade que ocupou um espaço aberto no cenário da eleição, que já apontava Heliomar Franco como favorito, tanto pelo desgaste do PT quanto pelos efeitos políticos das enchentes. Regina Caetano, foi importante sim, mas é muita pretensão achar que sua aparição aos 45 minutos do segundo tempo da campanha, tenha sido decisivo: a vitória já estava escrita e só precisava se referendada nas urnas.
O problema e talvez imprudência de Regina Caetano, é que sua guerra começou cedo demais. O sangue nos olhos pode empolgar no início, mas quando as feridas pessoais se sobrepõem aos interesses da população, o resultado é o desgaste que vem bem rápido.
Em tempos de crise, principalmente com a saúde pública cambaleando, o momento pedia união. Em vez disso, as armas foram mostradas, as trincheiras cavadas, e o fogo cruzado começou dentro do próprio castelo. E como ensinam os veteranos da política: nesse bang bang, não existe mocinho ou mocinha.
Regina e sua inteligência que a cerca e orienta, mostrou seu arsenal cedo demais, e agora os atingidos estão feridos e atentos e com certeza, vão reforçar suas defesas. O grupo que antes cochilava vai abrir os olhos. O jogo político é pesado, e quem atira precisa lembrar: toda vidraça tem dono.
Ser “Cinderela” na política moderna tem prazo de validade. A ficção ensina que a personagem só vence no fim do enredo e nunca no primeiro ato. Ainda restam três anos e alguns meses de caneta pela frente, e nesse tempo, muita história ainda vai ser escrita. O príncipe encantado neste contexto, pode acabar sendo um sapo político.
Talvez com mais sutileza, talvez com mais estratégia, mas, com certeza, com muito menos encanto e muito mais realidade, até porque, a torre do paço municipal agora sabe, que o perigo mora ao lado.

Bado Jacoby, é apresentador e repórter da Start Comunicação


































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