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Quando o Tempo se Abaixa para Ouvir as Crianças - Por Daniela Bitencourt Andara
No fim de cada ano algo acontece, que só as crianças percebem primeiro: o tempo fica mais “macio”. Ele se faz menino, faz barulho! E, de pés descalços, se inclina para escutar melhor as histórias miúdas que moram no chão. Foi em uma dessas tardes, pequenas, com cheiro de chuva e de esperança, que uma criança, modelando uma massinha de modelar, na Escola, me disse baixinho (como quem evidencia um segredo): - Natal é “quando o mundo fica com vontade de ser amigo”. Me confidenc

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há 2 dias2 min de leitura


O tédio das coisas que nunca mudam - Por Magali Schmitt
Se tem uma frase que me irrita lá no fundo e me pega num lugar primitivo é o “mas sempre foi assim”. O sempre foi assim carrega aquela coisa da preguiça, da falta de penso, do texto em Times New Roman: a primeira fonte que aparece, o prato da casa. Meu nível de irritabilidade é proporcional à minha necessidade de ser desafiada, de movimento, de romper o status, de me rebelar. E o mais do mesmo me desassossega. Se todo mundo se conformasse com o sempre foi assim, ainda estaría

Andressa Brunner Michels - Jornalista - MTB 19281/RS
há 5 dias2 min de leitura


O fenômeno da fragilidade seletiva - Por Nana Vier
Dizem que a mulher moderna faz tudo: monta móvel sozinha, carrega sacola como se tivesse oito braços, troca lâmpada no escuro, revisa as contas do mês, organiza mentalmente três listas ao mesmo tempo e ainda acolhe a amiga chorando no WhatsApp como se fosse uma central emocional 24 horas. Sozinha, ela administra caos, ajusta o Wi-Fi, abre garrafa de vinho , resolve pepino de trabalho, lembra dos aniversários de todos e ainda encontra espaço para existir. Somos um misto de en

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7 de dez.3 min de leitura


O real sentido de dezembro - Por Daniela Bitencourt Andara
Você já parou para pensar no real sentido do mês de dezembro? E não! Não falo da espera do décimo terceiro, das filas de supermercados e lojas que parecem intermináveis e das confraternizações. Falo, deste instante, em que o ano, com a chegada de Dezembro, começa a empurrar a gente para muitas reflexões que vinhamos evitando desde março. Dezembro chega como um espelho. Refletindo nossa nudez emocional. E, convenhamos, não é possível escapar do reflexo! Então percebemos que

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5 de dez.2 min de leitura


Modernidade plástica - Por Magali Schmitt
Postei um texto elaborado, pelo menos eu acreditei que fosse — fiquei horas lapidando, mudei coisas de lugar, arranjei outras, pensei expressões, espanei, poli e dei brilho novo a algumas palavras. Tudo para despertar os sentidos do leitor. Porque escrever tem esse elemento sensorial. A gente não escreve apenas por escrever. Escreve para tocar alguém lá no íntimo, num lugar onde a pessoa nem sabe, nem imagina que possa ser alcançado. E, num passe de mágica, nossa escrita arra

Andressa Brunner Michels - Jornalista - MTB 19281/RS
1 de dez.2 min de leitura


Quando o problema não é a idade, mas o preconceito - Por Nana Vier
Dia desses, viralizou nas redes um vídeo de festa que, por algum motivo, despertou mais opiniões do que sorrisos. Nele, uma mulher dançava linda, segura, vestido colado, cabelão impecável ocupando o espaço com a leveza de quem sabe que alegria não precisa pedir licença. Bastou isso para surgirem comentários apressados: “sem noção”, “pagando mico”, “não tem idade pra isso”. É curioso como ainda esperam que mulheres adultas sigam um manual invisível que condena qualquer felicid

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30 de nov.3 min de leitura


Você é daquela época? - Por Daniela Bitencourt Andara
Da época em que quando dezembro chegava, de repente, todo mundo lembrava que tinha amigos, primos esquecidos, parentes distantes e um colega da escola que nem sabíamos por onde andava, até colocar o nome dele na lista de CARTÕES DE NATAL! Ah, os cartões.... Aquela coreografia anual que começava com a compra destes... Tinha modelos com sinos de Natal, com neve (mesmo que estivéssemos em um clima de 35 graus), tinha o de anjinhos rechonchudos, e ele...o “Bom Velhinho”: O Papai

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29 de nov.2 min de leitura


Círculos - Por Daniela Bitencourt Andara
A felicidade não faz alarde. Ela chega devagar.... de mansinho, como quem vai visitar um amigo próximo e leva um vasinho de flores simples e diz a esse amigo: -: Eu achei que aqui podia ser um bom lugar para ele! E a gente abre espaço. Porque, depois de tanto tempo tentando que o vaso caiba em lugares apertados, onde não há circulação de ar e as palavras vinham pesadas, é um alívio descobrir que existe um espaço onde esta flor possa ser ela mesma, sem esforço. Assim é a vid

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27 de nov.2 min de leitura


Quando a diplomacia tira férias - Por Magali Schmitt
O chanceler alemão falou mal da gente. Disse que ficou feliz em voltar para casa. Ele precisa saber algumas coisas sobre o Brasil e sobre etiqueta. Mas vamos por partes. Primeiro, somente nós podemos falar do nosso país. Não me interessa se foi de Belém, Cacimbinhas ou São João do Passa Quatro. Sabemos onde estão nossos defeitos e nossas dores. E, como qualquer nação, preferimos resolver nossos perrengues por aqui, sem pitacos de fora. Somos um país continental. Talvez herr M

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24 de nov.2 min de leitura


A sagrada trindade dos relacionamentos: humor, escuta e chimarrão - Por Nana Vier
— Me passa a cuia.— Passo, mas promete que não vai inventar moda.— Moda? Eu mal falo!— Justamente. Quando tu resolve falar, parece que é porque vem bomba. Ele ignorou a provocação, tomou um gole ruidoso e devolveu a cuia. — Eu estava pensando…— Sempre um risco.— Sobre convivência.— Outro risco. Ele ajeitou o corpo como quem vai explicar o funcionamento do universo ou, no mínimo, o porquê de ninguém conseguir conviver em paz no grupo da família. — A verdade é que se relacionar

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23 de nov.2 min de leitura


Estamos lutando as lutas que valem a pena? - Por Magali Schmitt
Dez anos da tragédia de Mariana, onde 19 pessoas morreram, uma sobrevivente grávida perdeu o bebê e a cidade foi totalmente engolida pela lama da barragem do Fundão, que se rompeu. Uma década e os desdobramentos judiciais, nos informa a mídia, ‘seguem’ sem decisão definitiva. Quem passou por veículo de comunicação sabe o quanto os editores raiz torcem o nariz para o verbo seguir e como é ele refutado nas redações. Afinal, segue não diz nada, indica que a situação é a mesma, n

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17 de nov.3 min de leitura


Por que somos fascinados pelo Natal? - Por Nana Vier
Talvez porque ele não mora no calendário, mas dentro da gente. Para alguns, o encanto começa antes mesmo de dezembro: basta o primeiro brilho em uma vitrine, o cheiro de biscoito saindo do forno ou aquela música natalina que surge do nada. É novembro, e o coração já muda de compasso. Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, vivemos à espera do dia em que o Zaffari lança sua campanha, aquele instante em que choramos sem entender o motivo, e ainda assim nos sentimos transbordand

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16 de nov.3 min de leitura


O último andar - Por Magali Schmitt
Daqui da janela do prédio, vejo os carros passando lá embaixo, na rodovia. Imagino o chiado dos pneus no asfalto enquanto observo as densas nuvens se desmanchando em pingos finos e insistentes sobre a cidade. Ciclone extratropical, previram os meteorologistas. Um pensamento atravessa minha mente e, num segundo, estou de volta à infância, lendo um livro didático que me fascinava. “O último andar é mais bonito: do último andar se vê o mar. É lá que eu quero morar.” Foi para o ú

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10 de nov.2 min de leitura


A febre de opinar - Por Nana Vier
Dia desses, conversava com uma amiga que me contava uma situação vivida em sua família que, para mim, parecia simples de resolver. “Para mim” veja bem que carrego a minha própria história, feita de tropeços e recomeços, de erros que me ensinaram mais que os acertos, de dores que me deram casca e de escolhas que, mesmo quando não deram certo, me deixaram mais humana e um pouco mais sábia. Ouvi atentamente. E, em alguns momentos, confesso, a vontade de opinar coçava a língua. S

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9 de nov.3 min de leitura


Mulheres que voam - Por Magali Schmitt
“A humanidade sempre teve medo de mulheres que voam, sejam elas bruxas, sejam elas livres.” Li essa frase num meme no Instagram. Sem crédito ao autor, o que é uma lástima. A internet tem dessas coisas: as autorias desaparecem, novos donos surgem. Pessoas que nunca escreveram uma linha viram grandes pensadores; pensadores de verdade são escanteados. Lembro de Arnaldo Jabor comentando que circulavam pelo mundo virtual mais textos não escritos por ele do que os próprios. A huma

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3 de nov.3 min de leitura


Quando o certo parece cruel - Por Nana Vier
Nem sempre o que é necessário é bonito de ver. A ação da polícia no Rio de Janeiro provocou reações intensas, mas não foi o mal em si, foi a consequência inevitável de uma sociedade que perdeu o senso de limite, de respeito e de pertencimento. Quando o bem precisa usar força para conter o caos, é porque o caos já venceu em muitas frentes antes: na escola, na família, na política, na educação moral. E, talvez, o que mais nos machuque seja reconhecer que parte desse descontrole

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2 de nov.3 min de leitura


Cronometria da pressa - Por Magali Schmitt
Fui ao laboratório fazer exames de rotina. Na saída, me deparei com aqueles calendários bem pequenos com um imã que, nos tempos idos, a gente grudava na geladeira e hoje, elegantemente, fixamos em um mural metálico, a prova de que as coisas todas evoluem ou apenas voltam repaginadas. Um calendário de 2026. Tive um choque de realidade. Outubro está na metade e temos ‘folhinha’ nova saracoteando por aí, provocando arrepios. Porque foi assustador, preciso confessar. Não, o calen

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27 de out.2 min de leitura


O encanto das curiosidades - Por Nana Vier
Curiosidades são como pequenas brechas no tecido do mundo. Através delas, a vida nos deixa espiar o que há por trás da rotina — um segredo, uma delicadeza, uma surpresa que o olhar apressado não percebe. Saber curiosidades é cultivar o espanto, essa antiga arte que nos mantém vivos por dentro. Você sabia que o coração de uma baleia-azul pesa quase meia tonelada e, ainda assim, bate apenas quinze vezes por minuto? E que o mel nunca estraga, mesmo depois de milhares de anos — p

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26 de out.3 min de leitura


O tempo na linha - Por Magali Schmitt
Ali na Bento Gonçalves, se vocês lembram, em frente à Cruz Vermelha, ficava a CRT. Passei em frente um dia desses e tive uma espécie de déjà-vu com volta no tempo. Dessas coisas que nos fazem pensar em como a vida voa e como cabe tanta coisa num mesmo período. Dali, contemplando a fachada do prédio, meu cérebro me catapultou para o milênio passado. Sim, sou dessas pessoas privilegiadas que ultrapassou século e milênio e cruzou a fenda entre dois mundos. Era 1992 e meu namorad

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20 de out.3 min de leitura


Minha cor preferida é um horário do dia - Por Nana Vier
Tenho a impressão de que o sol é um poeta silencioso. Ele escreve seus versos com luz, todos os dias, sobre a paleta do céu. Ao amanhecer, sua caligrafia é leve, quase tímida. Ao entardecer, torna-se intensa, madura, quase um suspiro. E nós, distraídos, passamos por ele como quem folheia um livro sem perceber que as palavras estão gritando beleza. Eu, me detenho. Tenho um fascínio quase infantil pelo nascer e pelo pôr do sol. As cores me hipnotizam como se cada tom fosse uma

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19 de out.3 min de leitura
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