A Previdência Municipal de São Leopoldo e seus dilemas políticos - Por Bado Jacoby

A Previdência Municipal é um tema espinhoso em qualquer administração, e em São Leopoldo não é diferente. A reunião realizada nesta quarta-feira (24), que reuniu Prefeitura, IAPS, vereadores e sindicatos de servidores, mostrou que o assunto entrou oficialmente no radar político da gestão do prefeito Heliomar Franco (PL).

Até aqui, o prefeito tem se destacado por manter um diálogo equilibrado com os servidores, sobretudo com as professoras e professores, representados pelo forte e organizado CEPROL Sindicato.

A negociação salarial conduzida pessoalmente por Heliomar, logo no início do mandato, ajudou muito a desarmar tensões e garantiu uma trégua importante para a administração. No entanto, qualquer tentativa precipitada de mexer na Previdência pode colocar todo esse esforço e competência política e administrativa em risco.

Os números apresentados sobre o IAPS não indicam urgência de reforma. Pelo contrário: técnicos e até o próprio diretor do Instituto reconhecem que a situação financeira e econômica é estável no curto e médio prazo. Diante disso, insistir em mudanças drásticas pode soar mais como uma escolha política do que uma necessidade real.

O prefeito tem sabedoria para entender que, em temas tão sensíveis, não basta apenas a frieza dos números sobre a mesa. Ele sabe que é fundamental preservar a confiança dos servidores, que são a espinha dorsal da máquina pública. A categoria dos professores, em especial, já mostrou historicamente que sabe mobilizar-se e resistir quando se sente ameaçada.

Reforma da Previdência não se faz em clima de confronto. Se Heliomar Franco quiser manter a estabilidade conquistada nos primeiros meses de governo, terá que conduzir essa pauta com extrema cautela. Do contrário, arrisca transformar um capital político de diálogo em um desgaste irreversível com os servidores do município. É uma briga ruim, e a trágica experiência política e administrativa dos chamados “senhores da excelência em gestão” deixou esse "ensinamento" do que não deve ser feito, por qualquer administração, que tenha a pretensão de sobreviver politicamente.

Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby