A vida real de Heliomar Franco depois de oito meses como prefeito de São Leopoldo
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- 11 de set.
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Oito meses depois de assumir a prefeitura de São Leopoldo, o prefeito Heliomar Franco (PL), vive um período de provas e de ajustes. O desafio de transformar vitória eleitoral em governabilidade é processo que não se faz por decreto. E, como é comum em administrações plurais como ele se viu obrigado fazer, os percalços no caminho, não tardaram a aparecer.
Conhecer a máquina
Seu primeiro movimento foi natural: conhecer a máquina pública e compor o secretariado. Na balança, pesaram tanto as demandas técnicas quanto a necessidade de contemplar alianças políticas da eleição e da governabilidade, sempre presentes em qualquer formação de governo. Essa etapa foi cumprida, mas não sem custos.
Baixas no primeiro escalão
Logo nos primeiros meses, as mudanças nas cadeiras do primeiro escalão já começaram. O secretário Leonardo Hoff, escolhido para ser seu “Primeiro-ministro”, deixou o governo para retornar ao gabinete do Deputado Rodrigo Zucco, grande aliado do próprio prefeito.
Antes de Hoff se afastar, o governo teve a baixa do secretário da saúde e mais adiante, a saída do presidente do Hospital Centenário que não resistiu as pressões políticas e as questões internas da instituição.
Mais recentemente, a crise se instalou no SEMAE, com a saída conturbada de Gabriel Dias. O desgaste foi evidente e deixou marcas nas relações internas, mostrando que a gestão ainda busca seu eixo de equilíbrio. Gabriel Dias, nunca teve a total confiança do prefeito e da cúpula do governo e a desconfiança que era mútua, fez a corda arrebentar no lado mais fraco.
Relações com a vice-prefeita
Outro ponto sensível é a relação com a vice-prefeita Regina Caetano (PP). Assim como Heliomar, ela não tem experiência prévia em cargos políticos e tenta encontrar seu espaço dentro do governo. Ocorre que Regina é cortejada por seu partido (PP), que a enxerga como potencial nome competitivo para 2028. Esse assédio e possível pretensão, inevitavelmente, causa tensões e exige habilidade do prefeito para administrar expectativas e evitar fissuras no núcleo do poder.
Falta quadros
A escassez de quadros também pesa. Heliomar chegou ao governo sem uma equipe política consolidada. Montar um secretariado de qualidade técnica, mas também fiel às alianças que garantem sustentação na Câmara, é uma equação complexa. O prefeito sabe que isso não se resolve por decreto: é preciso formar, atrair e convencer nomes a assumir responsabilidades em um ambiente de cobrança crescente.
Nesse vácuo, surge um personagem central: a primeira-dama e secretária de Ação Social, Simone Dutra. Ela se tornou, na prática, a principal articuladora política do governo. Seu trânsito com diferentes setores, inclusive com adversários, tem sido fundamental para manter pontes abertas. Mas Heliomar Franco sabe que é arriscado deixar todo o peso da articulação nos ombros de Simone, até porque ela própria alimenta, pretensões políticas futuras. O risco é duplo: desgaste para a primeira-dama e fragilidade para o governo.
Um discreto confiável
Nesse cenário, o chefe de gabinete Nataniel Schmidt Corrêa, tem se destacado. De perfil discreto, mas de confiança crescente, ele começa a ocupar um espaço estratégico na articulação com vereadores, secretários e aliados. Sua atuação tende a ser vital para organizar a base, reduzir ruídos e “azeitar” os encaminhamentos que chegam à mesa do prefeito.
O primeiro balanço
O balanço desses primeiros oito meses revela um governo ainda em busca de identidade própria. Heliomar Franco precisa imprimir ritmo, definir prioridades claras e construir uma base de confiança sólida na Câmara de Vereadores. O desafio maior é profissionalizar a articulação política sem se envolver diretamente nas disputas cotidianas, deixando essa tarefa para operadores confiáveis.
Até aqui, o que se vê é um governo em fase de adaptação, oscilando entre avanços e percalços, mas que ainda tem tempo para encontrar sua cadência. O prefeito tem diante de si um teste de fogo: transformar dificuldades em aprendizado e consolidar-se como líder político de fato, capaz de administrar não apenas a máquina pública, mas também as complexas engrenagens da política leopoldense.
São os primeiros capítulos de uma gestão que, embora jovem, já mostra os contornos do que será sua marca: um governo plural, tensionado por disputas internas, mas com potencial de se afirmar se conseguir construir uma base sólida e uma articulação mais equilibrada.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby


































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