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Bovespa cai quase 3% com receio de 'furo' no teto de gastos e tem pior pontuação desde novembro


A fala do ministro Paulo Guedes de que o governo estuda alternativas para viabilizar o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil foi interpretada pelo mercado como o fim do teto de gastos, tido como âncora fiscal do Brasil. | Imagem: Cris Fraga/Estadão Conteúdo.

O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda nesta quinta-feira (21), com os mercados reagindo às declarações do ministro Paulo Guedes, que falou em "licença" para furar o teto de gastos para financiar o valor de R$ 400 para o programa Auxílio Brasil.


O Ibovespa caiu 2,75%, a 107.735 pontos. É a pior pontuação do ano e a menor desde 23 de novembro (107.378 pontos).

Na quarta-feira, a bolsa fechou em alta de 0,10%, aos 110.786 pontos, após ter registrado queda de 3,28% na terça-feira. Com o resultado de hoje, passou a acumular queda de 2,92% no mês e de 9,48% no ano.

As ações da Petrobras estiveram entre as quedas mais importantes do dia, de mais de 3%, depois que o presidente Jair Bolsonaro prometeu ajuda a 750 mil caminhoneiros para compensar o aumento do diesel. A Vale, maior proporção do índice, caiu 2%.

Também em clima de indisposição, o dólar teve alta de quase 2%, chegando a R$ 5,66. Na maior cotação do dia, chegou a R$ 5,6889, renovando máximas não registradas desde abril.


Cenário


Antes mesmo da abertura dos mercados, os ativos brasileiros negociados nos mercados externos despencavam nesta manhã em reação às declarações feitas pelo ministro na noite de quarta-feira. Em Paris, um ETF que acompanha o Ibovespa desabava 5,2%, maior queda desde março. No pré-mercado em Nova York, o iShares MSCI Brazil ETF caía 3,8%.


A fala do ministro Paulo Guedes de que o governo estuda alternativas para viabilizar o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil foi interpretada pelo mercado como o fim do teto de gastos, tido como âncora fiscal do Brasil, o que golpearia um já fragilizado cenário para as contas públicas no país. A regra em vigor desde 2016 não permite o crescimento das despesas do governo acima da inflação do ano anterior.

"Temos a regra fiscal e ela está sendo desmontada. Esse 'waiver' que o ministro pediu ontem é o fim do teto de gastos", afirmou o economista e especialista em contas públicas Guilherme Tinoco, em entrevista à GloboNews (veja vídeo acima).

O ministro disse que o governo avalia se o benefício temporário que irá vitaminar o novo Bolsa Família será pago fora do teto, o que demandaria uma licença, chamada pelo ministro de "waiver", para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões, ou se haverá opção por uma mudança na regra constitucional do teto de gastos para acomodá-lo.


Guedes defendeu que o governo busca ser "reformista e popular" e "não "populista", em meio a críticas generalizadas de que a burla ao teto de gastos seria uma medida eleitoreira e que não representaria uma mudança efetiva para o Bolsa Família.


No exterior, o sentimento foi moderado por novas preocupações com a Evergrande e todo o setor imobiliário da China. A empresa enfrentou colapso de uma venda de ativos de US$ 2,6 bilhões da endividada incorporadora.


As principais bolsas da Ásia encerraram a sessão em queda. A Bolsa de Tóquio caiu 1,87%, impulsionada também pela proximidade das eleições nacionais para a escolha de um novo primeiro-ministro. A de Seul perdeu 0,19% e a de Hong Kong, 0,45%.


As ações europeias se estabilizaram perto de máximas em seis semanas, com a compra de ações defensivas e de crescimento ajudando a compensar perdas nas mineradoras impactadas pela Evergrande. Depois de chegar a cair até 0,6%, o índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,1%, a 469,71 pontos.


Nos EUA, o Dow Jones está em estabilidade, S&P 500 e Nasdaq operam em alta.


Fonte: g1

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