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Carne de Chernobyl? Gibi conta polêmica que mobilizou Canoas no fim dos anos 1980


Imagem: Ana Cândida Sommer.

Você sabia que Canoas já foi palco de uma polêmica envolvendo radiação? A história tem como ponto de partida uma carga de carne importada e supostamente contaminada por radiação de Chernobyl ficou armazenada por anos em um galpão no bairro Mato Grande no fim dos anos 1980.


A situação mobilizou a Justiça, os órgãos públicos, os frigoríficos e o governo federal em busca de uma solução. A população desconfiava que um simples bife poderia representar uma ameaça à saúde.


Essa história é recontada no gibi "Gosto Estranho", escrito pelo jornalista Wender Zanon e desenhada pelo quadrinista Érico Noronha. O gibi foi lançado durante a programação da Feira do Livro de Canoas e está à venda.


Wender nasceu em Canoas, mas só ficou sabendo do episódio recentemente. "Me parece que é uma história que ficou no seu tempo. Uma coisa curiosa, não se desdobrou. É meio esquecida", comenta.


Esquecida e curiosa


A possibilidade da população comer a carne contaminada por radiação fez com que os autores imaginassem um roteiro com toques de ficção científica e fantasia. "Isso é um típico filme de zumbi, aquela coisa bem clássica, referência dos filmes anos 80", analisa.


Polêmica nos anos 1980


O episódio contado no gibi começou na época do congelamento de preços na economia brasileira, após a implantação do Plano Cruzado, na época do governo de José Sarney, em 1986. A produção de carne e laticínios foi interrompida, e o mercado interno passou a importar alimentos do mercado europeu.


A proximidade com a explosão de reatores nucleares em Chernobyl, na Ucrânia, que dispersou a carga radioativa por vários países, fez com que a população começasse a desconfiar da contaminação dos produtos importados. Algumas toneladas da carne importada vieram parar em Canoas, onde ficava a Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem).


A distribuição da carne foi alvo de uma disputa judicial. O Ministério Público Federal entrou na Justiça pedindo a proibição da venda do produto. A União e frigoríficos envolvidos na importação recorreram. Após idas e vindas, as partes chegaram a um acordo e a carne foi reimportada.


Wender e Érico percorreram a Biblioteca Pública e o Arquivo Público de Canoas para remontar as peças dessa história. "E o que foi feito com essa carne? A nossa pesquisa não chegou nessa parte ainda, até porque nem era do nosso interesse descobrir, mas as matérias de jornais da época indicavam que essa carne foi processada e vendida para a África", diz Wender.


Fonte: g1

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