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Círculos - Por Daniela Bitencourt Andara

A felicidade não faz alarde. Ela chega devagar.... de mansinho, como quem vai visitar um amigo próximo e leva um vasinho de flores simples e diz a esse amigo: -: Eu achei que aqui podia ser um bom lugar para ele!


E a gente abre espaço.


Porque, depois de tanto tempo tentando que o vaso caiba em lugares apertados, onde não há circulação de ar e as palavras vinham pesadas, é um alívio descobrir que existe um espaço onde esta flor possa ser ela mesma, sem esforço.


Assim é a vida, quando, por ventura mudamos de espaço, algumas vezes, nessa mudança, somos assistidos e não tolerados. Admirados e não medidos com régua sem medida.

Muitas vezes essa mudança é a mais silenciosa das bravuras. Empacotamos a mágoa, dobramos a esperança e seguimos adiante. E quando chegamos, percebemos que o novo ambiente devolve o que o antigo roubou: a leveza. Porque há terrenos onde nada floresce, por mais que a gente adube. E há lugares que apenas não eram o nosso solo.


E pensando na vida....percebe-se que tem gente que vive assim, muitas vezes, infeliz, tentando se curar do próprio vazio espalhando farpas. Acredita que fazer o mal é um remédio que anestesia, quando na verdade ela só aumenta a distância entre qualquer possibilidade de paz. Não são vilões, são apenas almas cansadas, tropeçando nos próprios espinhos. Ainda assim, aprendemos com elas. Porque nossa missão não é se ferir para salvá-los.


A verdadeira cura é outra: é se permitir mudar de luz, de paisagem, de afeto. Quando encontramos quem nos olha com calma, com respeito, com delicadeza e não cobra nada em troca. Percebe-se que pertencer também é uma forma de felicidade.


Agora, o ano se encaminha para o seu fim. E dezembro, tem essa generosidade de abrir janelas, puxar cortinas e convidar a gente a respirar fundo. É tempo de avaliar o que ficou pequeno, agradecer o que cresceu e levar para o próximo ciclo apenas o que ilumina.


Porque a vida sempre dá voltas mas algumas delas, nos devolvem para casa dentro de nós mesmos. E isso, por si só, já é uma bela maneira de começar o novo ano.


Que possamos florescer cada vez mais dentro de nós e espalhar no cotidiano o perfume da flor que desabrocha de nós, em cada amanhecer.


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Daniela Bitencourt Andara, é Pedagoga e Professora da Rede Municipal de São Leopoldo

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