Denúncias de más condições de trabalho em base do Samu são confirmadas pelo Sindicato em Canoas
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- 19 de fev.
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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) verificou nesta semana diversas denúncias sobre precariedade na área da saúde de Canoas, feitas por profissionais da categoria. As reclamações incluem atrasos salariais, falta de insumos e até condições insalubres nos alojamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Além disso, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Liberty Dick Conter, no bairro Mathias Velho, enfrenta escassez de medicamentos, equipamentos e falta de segurança.
Durante a vistoria na base do Samu, no bairro Marechal Rondon, o diretor do Simers, Jeferson Oliveira, encontrou mato crescendo ao redor dos contêineres usados como estrutura de atendimento. Dentro, a situação se agrava: há registros da presença de ratos, com ratoeiras espalhadas pelo chão da cozinha, já que o local não passa por desratização. Os colchões estão em más condições, e os banheiros são precários.
A base opera com uma ambulância de suporte avançado e duas básicas, mas enfrenta dificuldades para obter lençóis descartáveis e equipamentos de proteção adequados, como macacões, botas e luvas. Além disso, há atrasos no pagamento dos terceirizados, falta de depósito do Fundo de Garantia (FGTS) e ausência de pagamento do 13º salário para celetistas. O vale-refeição de R$ 200 também não tem sido repassado.
Na UPA Liberty Dick Conter, a fiscalização do Simers constatou a ausência de medicamentos básicos, incluindo soro fisiológico. O aparelho de raio-X está fora de funcionamento devido à falta de pagamento do aluguel do equipamento. Na sala vermelha da pediatria, faltam dispositivos essenciais para o atendimento de crianças. A unidade também opera com um déficit de médicos clínicos, o que compromete a assistência à população. Além disso, profissionais relatam insegurança no local.
Prefeitura de Canoas responde às denúncias
Diante das denúncias, a Prefeitura de Canoas afirmou que já notificou e multou a empresa C.A.P Serviços Médicos, responsável pelo Samu, devido ao descumprimento contratual. A administração municipal informou que busca alternativas para trocar a gestão do serviço e abrirá um processo licitatório para contratar uma nova empresa. Um processo administrativo também foi aberto para penalizar a C.A.P pelos problemas constatados.
Sobre a infestação de ratos na base do Samu, a prefeitura informou que realizou uma desratização em 16 de setembro de 2024, com validade até março de 2025, e que um novo procedimento será feito em 25 de fevereiro. Além disso, garantiu que o 13º salário dos profissionais foi quitado.
Quanto à situação da UPA Liberty Conter, a administração municipal alega que, após vistoria realizada em 14 de fevereiro, não foram encontradas as irregularidades mencionadas pelo Simers. Segundo a prefeitura, há estoque suficiente de medicamentos e insumos. O aparelho de raio-X foi perdido em uma enchente no ano passado, mas a empresa gestora do local estaria alugando um novo equipamento até a aquisição definitiva. A fiscalização do contrato notificará o IBSaúde, responsável pela unidade, para prestar esclarecimentos.
O Simers informou que seguirá acompanhando a situação e oficiará o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) e a Secretaria Municipal de Saúde para buscar soluções para os problemas enfrentados pelos profissionais e pela população.
Fonte: Correio do Povo































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