Falta de informação dificulta denúncias de racismo no Brasil
- Andressa Brunner Michels - Jornalista - MTB 19281/RS

- há 28 minutos
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Pouco mais da metade das pessoas pretas e pardas no Brasil (52,2%) não sabe como denunciar casos de racismo ou injúria racial. Além disso, só 47,5% afirmam conhecer legislações antidiscriminatórias. Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra.
O levantamento — realizado pelos institutos Orire e Sumaúma, com apoio da Uber — ouviu 423 pessoas de todas as regiões do país entre julho e setembro. Apenas 20,3% acreditam que uma denúncia será encaminhada de forma correta e resultará em providências legais.
Mesmo com 59,3% relatando já ter sofrido racismo ou injúria racial durante deslocamentos, 83,9% nunca registraram boletim de ocorrência. Pretos e pardos representam 55,5% da população, segundo o Censo 2022.
Para Thais Bernardes, fundadora do Instituto Orire, os números evidenciam um “abismo informacional” que torna o caminho da denúncia confuso e inacessível, contribuindo para a impunidade. Ela destaca que o desconhecimento e a falta de retorno institucional reforçam a violência.
O estudo mostra ainda que 77,1% dos entrevistados dizem saber diferenciar racismo (crime contra a coletividade) de injúria racial (direcionada ao indivíduo).
O projeto também lançou um guia com orientações sobre denúncias e legislações, elaborado em parceria com a rede Black Sisters in Law. O material informa que não é necessário advogado para registrar ocorrência e que o procedimento pode ser presencial ou online.
Thais recomenda que vítimas procurem delegacias, Ministério Público, Defensoria Pública ou ouvidorias. O governo disponibiliza ainda o Disque 100 para denúncias de violações de direitos humanos.
Redação do www.startcomunicacaosl.com.br | Por Andressa Brunner Michels | Fonte: Agência Brasil































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