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Funcionária da fundação de apoio à UFSM é suspeita de desviar quase R$ 5 milhões, segundo a Polícia Federal


Imagem: divulgação/ Polícia Federal.
Imagem: divulgação/ Polícia Federal.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (19), a Operação Fafnir, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O prejuízo estimado até o momento é de quase R$ 5 milhões, valor que pode ser ainda maior conforme o avanço das apurações.


O foco da investigação é uma família envolvida no esquema, tendo como principal suspeita uma mulher de 55 anos, funcionária da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), instituição vinculada à UFSM. Ela foi afastada do cargo em agosto de 2024, cerca de um mês após a descoberta da fraude. O marido e os dois filhos do casal também são investigados.


A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de duas propriedades e do sequestro de seis veículos pertencentes à família. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos, com o objetivo de garantir a recuperação dos valores desviados.


De acordo com o delegado Anderson de Lima, responsável pela investigação, a funcionária inseria despesas pessoais na contabilidade da UFSM e, para não levantar suspeitas, criava despesas fictícias. O pagamento era feito por cheques da instituição com valores idênticos aos registrados no banco.


No entanto, em julho de 2024, um déficit de R$ 20 mil foi identificado entre receitas e despesas. Ao ser questionada, a investigada rapidamente movimentou valores para tentar cobrir a diferença, o que levantou suspeitas na empresa de auditoria da UFSM. Com isso, a mulher foi afastada no mês seguinte.


Até o momento, a Polícia Federal já identificou R$ 4,7 milhões em desvios, incluindo bens adquiridos pela família. Além disso, há outros R$ 390 mil confirmados, mas o valor pode aumentar caso a investigação retroceda até 1997, ano em que a suspeita ingressou na Fatec. Segundo o delegado, porém, a maior parte dos bens foi adquirida a partir de 2019.


Outro esquema identificado na investigação envolvia a apropriação de pagamentos feitos à instituição. A mulher recebia valores em espécie e emitia recibos, mas não os lançava na contabilidade oficial. Diversos documentos que deveriam estar na Fatec foram encontrados em sua residência, dificultando a estimativa total dos desvios.


— Ela era uma das funcionárias mais antigas, e isso acabou gerando uma confiança dentro da instituição, o que pode ter facilitado a execução dos crimes — afirmou o assessor jurídico da Fatec, Victor Hugo Vianna.


Os investigados poderão responder por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, crimes cujas penas somadas ultrapassam 20 anos de reclusão. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.


A operação foi batizada de Fafnir, em referência a um personagem da mitologia nórdica conhecido por sua ganância e acumulação egoísta de riquezas. Segundo a PF, a escolha do nome reflete a motivação dos crimes, que desviaram recursos públicos destinados a avanços educacionais e tecnológicos.


O que diz a Fatec


Vianna enviou uma nota com a posição da fundação:


"A FATEC é uma fundação de apoio da Universidade Federal de Santa Maria. Ela é uma fundação privada, sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é ajudar a Universidade Federal de Santa Maria a executar seus projetos de pesquisa em extensão. Sim, a questão toda foi descoberta pela própria fundação, dentro dos seus mecanismos de controle interno. Assim que nós diagnosticamos que podia ter alguma irregularidade no trabalho dessa funcionária, ela foi afastada e foi aberta com a sindicância. E logo que a sindicância foi concluída, os seus resultados foram encaminhados para a Universidade Federal de Santa Maria, para o ministério público e para a Polícia Federal."


Fonte: GZH

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