Hábitos dos veraneios: aposentados trocam agito de beira-mar por canchas de bocha
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Banho de mar, caipirinha à sombra do guarda-sol, caminhada de pés descalços na areia. Comuns na rotina dos banhistas do Litoral Norte no verão, essas atividades são secundárias na vida de dezenas de jogadores de bocha que se reúnem em uma cancha no centro de Capão da Canoa.
Dali, eles podem ver o mar, mas o foco é na “briga” por pontos para vencer a partida.
— Gosto mais da cancha do que da praia. Há uma parceria, uma boa convivência e troca de experiências com o pessoal da bocha — disse Volmir Coletti, 58 anos, morador de Lajeado, no Vale do Taquari.
A preferência pela modalidade foi a tônica dos relatos ouvidos na tarde deste domingo (28), quando a reportagem esteve no local. Cerca de duas dezenas de pessoas, em sua maioria homens com mais de 60 anos, acompanhavam com atenção a quadra de areia, com quatro metros de largura e 20 metros de comprimento.
— Temos uma amizade muito boa na cancha. Também não posso ficar muito no sol por questão de saúde, apenas dei uma caminhada na beira da praia neste verão. Por isso, aproveito aqui — pontua o comerciante Ari Pedro Craco, 61 anos, frequentador da praia há 15 anos.
O espaço foi construído pela prefeitura há 10 anos e é mantido pela Associação Cancha de Bocha Amigos da Beira-Mar de Capão da Canoa. Para participar dos jogos, o interessado deve se associar ou pagar uma taxa, cujo valor é destinado ao custeio da manutenção e da limpeza da estrutura.
São duas canchas instaladas em uma área coberta, a poucos metros do letreiro da cidade.
— Tem quem chega de manhã e sai só à noite. Chega uma turma, sai outra, é um rodízio. Recebemos muita gente do Interior, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. Também tem morador de Capão. É um espaço de confraternização — diz Roque Ramos, presidente da associação.
Segundo Ramos, as atividades ocorrem também no inverno, e são organizados torneios periódicos. Há uma política de não realização de apostas financeiras.
— Jogar a dinheiro sempre dá problema. Por isso, fizemos jogos valendo um churrasco, cerveja, com o pessoal que vem de fora. É importante valer alguma coisa para deixar mais emocionante. Mas é na parceria, brincadeira, para integrar todos — acrescenta.
Luiz Carlos Petry, 78 anos, mudou-se para a cidade há 15 anos “não gostando de praia”, mas se acostumou com a vida no Litoral Norte. Hoje é frequentador assíduo da cancha.
— Comecei a gostar depois de assistir às partidas. Com o passar do tempo, fui jogando, aprendendo, e sigo até hoje. Hoje, larguei a praia e fiquei em definitivo com a bocha — comentou o aposentado.
FONTE: GZH
































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