Independência ou morte: nem mortos nem tão independentes - Por Bado Jacoby
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- 7 de set.
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Independência ou morte!! A célebre frase de 07 de setembro de 1822, ecoa até hoje como um marco de nossa fundação como nação. Mas, passados mais de dois séculos, cabe perguntar: de fato nos tornamos independentes? A resposta, infelizmente, é incômoda. Não morremos, é verdade. Mas também não alcançamos a independência plena, aquela que transcende os símbolos e se concretiza na vida de cada cidadão brasileiro.
A independência brasileira nasceu de cima para baixo, conduzida por elites que sempre tiveram mais interesse em preservar privilégios do que em construir uma nação. O primeiro imperador, Dom Pedro I, não era um herói revolucionário saído das entranhas do povo ou alguém que tivesse noção das necessidades desse mesmo povo. Algo surreal Dom Pedro, era filho da família real portuguesa que por mais de 300 anos colonizou e explorou estas terras.
O gesto a beira do Riacho Ipiranga, tão celebrado, foi menos ruptura e mais continuidade: uma mudança de cenário para que a velha ordem seguisse com novas roupagens.
Desde então, o Brasil convive com uma instabilidade crônica. Nas relações externas, nunca nos consolidamos como potência soberana e com viés de submissão explicito. Internamente, seguimos fragmentados em ideologias, interesses regionais e disputas de poder que impedem a construção de uma identidade nacional definida. O resultado, é um país de imenso potencial, mas que permanece refém de um sistema político e econômico herdado da colônia e alimentado por elites que se perpetuam no comando, manipulando todos que fazem plantão no governo brasileiro.
Ao longo desses mais de 200 anos, o Estado brasileiro foi moldado não como expressão da nação, mas como instrumento de acomodação de interesses. Criou-se uma estrutura para proteger e beneficiar poucos, enquanto a grande maioria do povo ficou à margem. A diferença entre Estado e Nação talvez seja a chave do nosso atraso: construímos um Estado, mas ainda não consolidamos uma Nação.
Apesar disso, não se pode negar a grandiosidade do Brasil. Nosso território, nossas riquezas naturais, nossa diversidade cultural e humana são ativos imensuráveis. Temos condições únicas para sermos protagonistas no cenário mundial. Mas, para isso, é preciso romper com a lógica colonial que persiste, modernizar elites que resistem ao tempo e, sobretudo, incluir de fato o povo na construção do futuro.
A independência que proclamamos em 1822 foi apenas formal. A independência que precisamos, mais de dois séculos depois, é aquela que emancipa o brasileiro de desigualdades, injustiças e da eterna condição de súdito de interesses alheios. Não é uma tarefa simples, mas é necessária.
Porque, no fim, o Brasil não pode viver eternamente dividido entre a promessa e a realidade. É hora de transformar Estado em Nação. É hora de fazer da independência não apenas um feriado cívico, mas uma conquista cotidiana, repartida e sentida por todos.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br / Por Bado Jacoby


































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