Indígenas de diversas regiões do país voltaram a protestar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta sexta-feira (27), contra o chamado "marco temporal" para a demarcação de terras. O tema chegou a entrar na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira, mas foi adiado para o dia 1º de setembro.
Por volta das 11h30, os manifestantes atearam fogo em um "caixão" feito de papelão, em frente ao Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes. A representação do caixão tinha dizeres como "marco temporal, não", "fora garimpo", "fora grileiros" e "condenação ao genocida".
A fumaça preta podia ser vista de longe, atrás do Congresso Nacional. O Corpo de Bombeiros esteve no local e apagou as chamas. Ninguém se feriu. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está fora de Brasília e cumpre agenda em Goiânia (GO). Este é o quarto dia consecutivo de protestos na capital federal.
Ao deixar a Praça dos Três Poderes, os indígenas entraram no espelho d'água do Palácio da Justiça, onde fica a sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública e se refrescaram no local. No horário, o índice de umidade relativa do ar na região era de 25%, e os termômetros marcavam 31ºC.
A Polícia Militar do DF acompanhou o protesto. Os militares chegaram a bloquear o trânsito na via S1, mas a via já foi liberada. O ato terminou às 12h, com o grupo de volta ao acampamento montado próximo ao Teatro Nacional.
Julgamento adiado
De acordo com o cacique Marcos Xukuru, de Pernambuco, o grupo ainda não decidiu se o acampamento será desmobilizado neste sábado, ou se continuará em Brasília até a próxima quarta-feira (1º), até a retomada do julgamento do marco temporal no STF.
Fonte: G1