"Os jacobinos foram um grupo político radical durante a Revolução Francesa que atraiu membros de diversas origens sociais e defendeu a igualdade social e a soberania popular. Surgiram no tumultuado contexto da França do final do século XVIII, marcada por uma crise financeira e a queda da monarquia, e se estabeleceram, em 1789, como Sociedade dos Amigos da Constituição, reunindo-se no convento dos frades dominicanos na Rue Saint-Honoré, em Paris.
Os jacobinos promoviam ideais de igualdade social, soberania popular, secularismo e virtude cívica, defendendo políticas como redistribuição de terras e a separação entre Igreja e Estado. Diferenciavam-se dos girondinos por serem mais radicais e atraírem apoio das classes mais baixas, enquanto os girondinos eram mais moderados e tinham maior apoio da classe média e dos proprietários rurais.
Resumo sobre os jacobinos
Os jacobinos foram um grupo político radical durante a Revolução Francesa que atraía membros de diversas origens sociais e defendia visões radicais sobre igualdade social e soberania popular.
Seu surgimento está ligado ao tumultuado contexto político e social da França do final do século XVIII, marcado por uma crise financeira profunda, a queda da monarquia e o início da Revolução Francesa em 1789.
O Clube dos Jacobinos foi fundado, em 1789, reunindo-se no convento dos frades dominicanos na Rue Saint-Honoré, em Paris.
Os jacobinos defendiam a igualdade social, a soberania popular, o secularismo e a virtude cívica, promovendo políticas como a redistribuição de terras, a taxação dos ricos e a separação entre Igreja e Estado.
Enquanto os jacobinos eram mais radicais e atraíam apoio das classes mais baixas e urbanas, os girondinos eram mais moderados e tinham maior apoio da classe média e dos proprietários rurais.
Durante a Revolução Francesa, os jacobinos dominaram a Convenção Nacional e implementaram medidas radicais durante o período d’O Terror.
Os ideais e métodos jacobinos deixaram um legado duradouro, influenciando movimentos revolucionários e políticos ao redor do mundo, como a Revolução Russa de 1917.
Quem foram os jacobinos?
Os jacobinos foram um grupo político radical durante a Revolução Francesa, conhecido formalmente como Clube dos Jacobinos. Inicialmente formado como um clube de debates para discutir e promover ideias revolucionárias, os jacobinos rapidamente se tornaram uma força política poderosa. Eles eram conhecidos por suas visões radicais e seu compromisso com a igualdade social e a soberania popular.
Os jacobinos atraíram membros de diversas origens, incluindo intelectuais, profissionais liberais, pequenos comerciantes e artesãos, refletindo a ampla base de apoio que suas ideias radicais encontraram na sociedade francesa. Robespierre foi um importante líder jacobino.
Contexto histórico dos jacobinos
O surgimento dos jacobinos está intimamente ligado ao contexto político e social tumultuado da França do final do século XVIII. A França enfrentava uma crise financeira profunda, exacerbada pela dívida acumulada por guerras anteriores, como a Guerra dos Sete Anos e a participação francesa na Guerra de Independência dos Estados Unidos. A monarquia, sob o reinado de Luís XVI, estava cada vez mais desacreditada, incapaz de implementar reformas necessárias para estabilizar a economia e aliviar o sofrimento da população.
A Revolução Francesa começou em 1789, impulsionada por uma série de eventos que culminaram na queda da Bastilha, em 14 de julho daquele ano. A formação da Assembleia Nacional Constituinte e a subsequente abolição dos privilégios feudais criaram um ambiente propício para o surgimento de diversos grupos políticos, cada um com sua visão sobre o futuro da França. Foi nesse contexto que os jacobinos começaram a ganhar destaque.
Origem dos jacobinos
O Clube dos Jacobinos foi originalmente fundado, em 1789, sob o nome de Sociedade dos Amigos da Constituição. O clube se reunia no convento dos frades dominicanos na Rue Saint-Honoré, em Paris, cuja associação com São Tiago (Jacobus em latim) deu origem ao nome “jacobinos”. A princípio, o clube era moderado em suas posições, mas, à medida que a Revolução Francesa avançava, tornou-se radical.
Os jacobinos eram caracterizados por sua estrutura organizada e hierárquica, com filiais em todo o país que permitiam a disseminação de suas ideias revolucionárias. Essa rede de clubes locais ajudou a consolidar o poder jacobino e a mobilizar apoio popular para suas causas.
Ideais jacobinos
Os jacobinos eram ardentes defensores de uma série de princípios revolucionários, entre os quais se destacavam:
Igualdade social: eles acreditavam na abolição de todos os privilégios de classe e na promoção de uma sociedade mais igualitária. Eles advogavam por políticas que favorecessem os pobres e marginalizados, incluindo a redistribuição de terras e a taxação dos ricos.
Soberania popular: defendiam que o poder político deveria emanar do povo e que todas as decisões importantes deveriam ser submetidas à vontade popular. Eles eram a favor de uma república democrática, em que os cidadãos tivessem voz ativa na governança.
Secularismo: influenciados pelo iluminismo, os jacobinos eram a favor da separação entre Igreja e Estado. Eles promoviam a laicização das instituições e a redução da influência da Igreja Católica na vida pública e política.
Virtude cívica: inspirados por pensadores como Rousseau, os jacobinos enfatizavam a importância da virtude cívica e do compromisso com o bem comum. Eles acreditavam que os cidadãos deveriam colocar os interesses da nação acima de seus interesses pessoais.
Diferenças entre jacobinos e girondinos
Os girondinos eram outro grupo político importante durante a Revolução Francesa, frequentemente contrastados com os jacobinos. Embora ambos os grupos compartilhassem o objetivo de derrubar a monarquia e estabelecer uma república, eles diferiam significativamente em suas abordagens e visões políticas.
Radicalismo vs. moderacionismo: os jacobinos eram mais radicais em suas posições, defendendo mudanças sociais e políticas profundas e rápidas. Os girondinos, por outro lado, eram mais moderados e cautelosos, preferindo uma abordagem gradual e menos disruptiva para implementar reformas.
Base de apoio: os jacobinos tendiam a atrair apoio das classes mais baixas e urbanas, incluindo trabalhadores, pequenos comerciantes e artesãos. Os girondinos, em contraste, tinham mais apoio entre a classe média e os proprietários rurais, que temiam as políticas redistributivas dos jacobinos.
Política externa: os girondinos eram mais inclinados a promoverem a guerra revolucionária como meio de espalhar os ideais revolucionários pela Europa e consolidar a revolução internamente. Os jacobinos, embora inicialmente relutantes, acabaram por apoiar a guerra como um meio de defender a revolução contra inimigos internos e externos.
Economia: enquanto os jacobinos defendiam políticas econômicas intervencionistas, incluindo controle de preços e redistribuição de terras, os girondinos favoreciam uma abordagem mais liberal e menos intervencionista na economia.
Jacobinos na Revolução Francesa
O Terror jacobino na Revolução Francesa: a morte de adversários na guilhotina.
O papel dos jacobinos na Revolução Francesa foi crucial e multifacetado. Após a queda da monarquia, em 1792, e a declaração da Primeira República francesa, os jacobinos ganharam uma posição de destaque no governo revolucionário. Sob a liderança de figuras como Maximilien Robespierre, Georges Danton e Jean-Paul Marat, os jacobinos se tornaram a força dominante na Convenção Nacional.
Durante o período d’O Terror, de 1793 a 1794, os jacobinos implementaram uma série de medidas radicais para consolidar a revolução e eliminar seus inimigos. O Comitê de Salvação Pública, dominado por jacobinos, exercia poderes quase ditatoriais, promovendo julgamentos e execuções em massa de supostos traidores e contrarrevolucionários. Essa fase foi marcada por uma intensa repressão política e social mas também por reformas significativas, como a abolição da escravidão nas colônias francesas e a implementação de políticas econômicas favoráveis aos pobres.
No entanto, o radicalismo dos jacobinos e as táticas repressivas d’O Terror acabaram por alienar muitos de seus apoiadores. Em julho de 1794, um golpe conhecido como a Revolta do 9 Termidor resultou na queda de Robespierre e na dissolução do governo jacobino. Muitos líderes jacobinos foram executados, e o clube dos jacobinos foi fechado, marcando o fim de sua influência direta na política francesa.
Influência dos jacobinos no mundo
Embora a influência direta dos jacobinos tenha diminuído após a Revolução Francesa, suas ideias e métodos deixaram um legado duradouro que influenciou movimentos políticos e sociais ao redor do mundo. O jacobinismo se tornou sinônimo de políticas radicais e revolucionárias, inspirando futuros líderes e movimentos que buscariam mudanças profundas e estruturais.
Movimentos revolucionários: os ideais jacobinos de igualdade social, soberania popular e virtude cívica influenciaram inúmeros movimentos revolucionários no século XIX e além. A Revolução de 1848, na Europa, e a Comuna de Paris de 1871 refletiram muitos dos princípios defendidos pelos jacobinos.
Política radical: em países como a Rússia e a China, os princípios jacobinos de centralização do poder e uso da violência para consolidar mudanças sociais foram adotados por revolucionários comunistas. Lenin, por exemplo, admirava a disciplina e o radicalismo dos jacobinos, e suas táticas influenciaram a Revolução Russa de 1917.
Debate político: as tensões entre abordagens radicais e moderadas, exemplificadas pelo conflito entre jacobinos e girondinos, continuam a ser um tema relevante no debate político contemporâneo. Movimentos políticos modernos frequentemente enfrentam dilemas semelhantes sobre a melhor forma de implementar mudanças sociais e políticas.
Legislação e reformas sociais: muitas das reformas defendidas pelos jacobinos, como a educação pública gratuita, a separação entre Igreja e Estado, e a abolição de privilégios de classe, tornaram-se componentes essenciais das democracias modernas."
Influência dos Jacobinos no Brasil
JACOBINISMO Termo importado da Revolução Francesa, cujo significado mudou através dos tempos. No Império, definia os republicanos ardorosos; após a República, os partidários do presidente Floriano Peixoto. Devido às manifestações ruidosas que estes promoviam, jacobino tornou-se sinônimo de desordeiro e hoje identifica o revolucionário radical e extremista.
O Clube Jacobino foi criado no século XVIII por pequenos burgueses e proprietários rurais franceses que se reuniam em Paris no convento dominicano de Saint Jacques – em português São Tiago, forma alterada de Santo Iago, sendo os nomes Jacques e Iago provenientes do latim Jacobus, donde o francês jacobins e o português jacobinos. Durante a Revolução Francesa, os jacobinos defendiam reformas sociais e, na Assembleia Nacional, sentavam-se do lado esquerdo da sala de reuniões. No Brasil, os clubes republicanos radicais do fim da monarquia se diziam jacobinos por defender as mesmas idéias dos franceses um século antes. Proclamada a República em 1889, cresceram em número e espalharam-se pelo país, tornando-se o principal apoio político-militar de Floriano Peixoto, vice-presidente que tomou posse na presidência com a renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891 e cujo mandato presidencial foi contestado como ilegal.
Além da oposição no Congresso, Floriano enfrentou a Revolta da Armada em 1893, liderada por militares de alta patente. Em apoio ao presidente e ao que consideravam ser a legalidade, jovens alistaram-se no Batalhão Tiradentes, do Exército, sediado no Rio, e organizaram outros na Guarda Nacional e na Marinha por todo o país. Para participar bastava ser republicano, ter boa conduta e prezar ideais militares como disciplina, moralidade, abnegação, obediência etc. Os florianistas diziam-se jacobinos e defendiam o nacionalismo, pois suspeitavam que estrangeiros, especialmente portugueses, conspiravam contra Floriano e contra a República. Tinham dois jornais, O Nacional e O Jacobino, este de Deocleciano Mártir, líder do movimento.
Devido a suas manifestações ruidosas, a imprensa os chamava de arruaceiros, e políticos respeitados como Joaquim Nabuco não os levavam a sério. Com a posse do presidente Prudente de Morais em 1894, os jacobinos tornaram-se oposição e passaram a defender ações violentas contra estrangeiros e opositores. Uma delas foi o atentado contra o Prudente de Morais, em que foi morto o ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt. Deocleciano Mártir foi preso e condenado a 30 anos de prisão como mentor do atentado, e os batalhões foram dissolvidos.
O jacobinismo perdeu sua força política, passando o adjetivo a designar radicais e extremistas políticos.
Da redação do www.startcomunicacaosl.com.br/ Pesquisa Bado Jacoby
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