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Jurema: 60 anos de poesia - a trajetória contada através da alma


O evento ocorreu durante o XV Encontro Cultural Café com Poesia e contou com a participação do público e poetas da Região Metropolitana de Porto Alegre. | Imagem: Bado Jacoby.

Poetisa, declamadora, ativista cultural e compositora. Essa é Jurema Chaves, que desde os três anos se encantou pela poesia e completou 60 anos de carreira em 2020.


Para comemorar a trajetória, a poetisa lançou este ano – já que em 2020 houve o isolamento social de forma mais intensa – seu 16º livro, intitulado “Jurema: 60 anos de Poesia”. O evento ocorreu durante o XV Encontro Cultural Café com Poesia e contou com a participação do público e poetas da Região Metropolitana de Porto Alegre.


Na obra, poesias inéditas escritas com sentimentos vindo da alma, o retrato interior da vida, mensagens de gratidão, temas sociais, entre outros, além de alguns textos já consagrados que foram incluídos, com o tom característico de romantismo de seus escritos. Entre as novidades, uma reflexão bem própria e interiorizada sobre quem é Jurema Chaves nas poesias “Doidivanas”.


O processo de criação para a coletânea ocorreu em meio à pandemia. Enquanto o mundo lá fora silenciou quase que totalmente, a poesia passou a visitar a ativista cultural. “Comecei a pensar em dias melhores e ela [a poesia] veio frequentar o meu coração e minha alma. Também usei esse tempo para fazer um lindo jardim de rosas em casa e criar bolsas artesanais”, conta.


Não existe dia nem hora para escrever. “Não tem rotina. Tem momentos em que escrevo todos os dias; noutros, passo um tempo sem escrever. Isso depende da visita da poesia e da inspiração”, afirma a poetisa.


Segundo a autora, as ideias surgem em qualquer momento, a qualquer hora, de qualquer coisa. Os versos e estrofes podem vir de uma flor, um passarinho, uma chuva e até mesmo de um momento emocional – triste ou alegre.


Desde os três anos


Foi em Manoel Ribas, interior do Paraná, quando visitava seus avós, que Jurema declamou sua primeira poesia. “Era uma festa de crisma na igreja e fui convidada para me apresentar. Como não sabia ler, tiveram que falar para mim o que eu ia recitar”, lembra a poetisa.


Ali, a escritora encontrou sua paixão e nunca mais se viu sem a poesia. Para ela, foi algo divino e que ninguém consegue explicar esse momento. São coisas que a vida prega.


O amor pela literatura se intensificou durante o período escolar, nas horas cívicas, onde “eu declamava poemas de Castro Alves e Casimiro de Abreu, além de colecionar sonetos das páginas de revistas”, confidencia.


Em 1988, lançou seus primeiros livros, Buscando Horizonte e Canto da Terra, e, após, outras obras literárias, músicas em CDs e poemas em CDs de festivais culturais. Ao longo de sua carreira, viu as mudanças tecnológicas e precisou se adaptar. Se no início escrevia à mão, passou pelas máquinas manual e automática e foi aprendendo a lidar com o computador e as redes sociais.


Com a Internet aproximando as pessoas e conectando todos, a divulgação dos livros ficou mais fácil e dinâmica. “No início da carreira, eu divulgava minhas obras na rádio em que trabalhava”, explica Jurema.


Ao longo de sua carreira, conquistou inúmeros prêmios, troféus, medalhas e menções honrosas em poesia, com destaque para o título de Patrona da Feira do Livro de Sapucaia do Sul (2004) e Troféu RS Mulher Farroupilha (2008).


Para o próximo ano


Sempre disposta a recepcionar a sua vocação para a arte da poesia, Jurema pretende lançar um livro com trabalhos mais infantis – alguns já finalizados. E, com o abrandamento da pandemia, a poetisa quer continuar vivendo com sua paixão pela literatura, participando de saraus e encontro de amigos para “que sejamos mais felizes”.

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