top of page
Buscar

Mourão quer punição de Pazuello após ida a ato político com Bolsonaro



Foto: Divulgação

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (24) que o general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, deve ser punido pelo Exército por ter participado no domingo (23) de uma manifestação política ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro.


Para atenuar a punição, que pode ir de uma advertência à prisão, Mourão, que é general da reserva, disse que Pazuello pode solicitar sua aposentadoria.


"É provável que seja [punido], é uma questão interna do Exército. Ele também pode pedir transferência para reserva e aí atenuar o problema", disse Mourão a jornalista ao chegar à Vice-Presidência da República.


A pressão para que Pazuello vá para a reserva existe desde que ele assumiu o ministério da Saúde, mas aumentou com o episódio do fim de semana. O ex-ministro subiu no carro de som onde estava o presidente, que discursou após um passeio de moto com apoiadores.


O passeio começou por volta das 10h no Parque Olímpico e seguiu até o aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, um percurso de 40 quilômetros.


A decisão do general da ativa de subir em um palanque foi considerada descabida por integrantes do Alto Comando do Exército, que enxergaram uma transgressão a normas básicas na caserna.


Generais que integram a cúpula da Força trocaram impressões por telefone sobre o que ocorreu no Rio de Janeiro e dizem, em conversas reservadas, que o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, deve avaliar o caso e decidir que providência será tomada.


Integrantes do Alto Comando esperam uma avaliação e punição em curto prazo, diante da mensagem negativa que Pazuello passou a patentes inferiores ao subir num palanque político.


"O regulamento disciplinar do Exército ele no seu anexo I tem uma série de transgressões, entre elas, pode ser aí enquadrada essa presença do general Pazuello nessa manifestação, uma manifestação de cunho político", afirmou Mourão.


O vice-presidente admitiu entender que Pazuello cometeu um erro, mas que o ex-ministro está arrependido.


"Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro", disse Mourão.


O vice-presidente, no entanto, não vê no episódio risco de que se abra uma brecha para a politização dos quartéis.


"Acho que não [há risco de politização das Forças Armadas]. Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento, isso tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa", disse Hamilton Mourão.


Pazuello já foi ouvido na CPI da Covid por causa de sua gestão à frente do Ministério da Saúde durante a pandemia. Após um depoimento repleto de contradições e mentiras, o general deverá ser reconvocado à comissão parlamentar de inquérito.


Fonte: Folha de São Paulo

0 comentário
Grupo Star superior.png
Caixinha de perguntas Start.png
bottom of page