Diante da presença inegável e contribuições culturais da população negra em Novo Hamburgo, um projeto cultural pretende mapear, fotografar e visibilizar as expressões religiosas de matriz africana na cidade. Distante dos amplamente narrados aspectos herdados pela colonização alemã na região, o projeto já mapeou mais de 20 casas de religião na cidade, mas a estimativa é que haja cerca de cem terreiros umbanda, candomblé e outras linhas destas matrizes em Novo Hamburgo.
Batizada de “Novo Hamburgo Território AfroSagrado”, a iniciativa é do jornalista, fotógrafo e pesquisador Leonardo Rosa e da produtora Luana Khodja, da Imago Produtora, responsável pela gestão cultural e produção executiva do projeto.
“O projeto quer revelar o quantitativo de casas de religião de matriz africana e dar visibilidade para esta contribuição cultural e religiosa afro-brasileira presente em Novo Hamburgo. É importante reverter este ocultamento, aprofundando e compartilhando saberes, promovendo a difusão e valorização destas manifestações culturais que demonstram e reafirmam a pluralidade e diversidade cultural local. Isso tudo também auxilia no combate ao racismo religioso e dá visibilidade ao protagonismo negro”, afirma Rosa.
Com etapas de pesquisa documental, mapeamento e registros fotográficos e de memória oral em campo, criação de site, catálogo e exposição sensorial – todos com recursos de acessibilidade –, o projeto “Novo Hamburgo Território AfroSagrado” obteve a maior pontuação na categoria Execução de Ações Culturais pelo Chamamento Público Cultural nº 03/2023, na Lei Paulo Gustavo, da Secretaria Municipal da Cultura de Novo Hamburgo.
A iniciativa também vai realizar ações formativas para professores da rede pública de ensino, em contribuição à efetivação da Lei 11.645, e população em geral, com visita orientada à exposição “Novo Hamburgo Território AfroSagrado”, seguida de bate-papo.
Em fase de mapeamento, a previsão é que a culminância do projeto aconteça em agosto deste ano. Toda a produção pode ser acompanhada pelo @territorioafrosagrado no Instagram e Youtube.
Colaboração da jornalista Marina Mentz
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