O bebê reborn é a antivida, o filho sem alma, o amor sem reciprocidade
- Start Comunicação
- há 11 horas
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Já faz um tempo que eu venho pensando, o que está acontecendo com o mundo e com as pessoas. Em que momento a civilização decidiu que fingir que um boneco seria um ser humano fosse normal, aceitável e até terapêutico? A histeria coletiva em torno dos bebês reborn é mais do que bizarro, é um sinal explicito de colapso mental. Um surto psicótico autorizado, estimulado e transformado em indústria.
A febre desses bebês reborn é o retrato perturbador da falência emocional e espiritual do nosso tempo. Uma geração inteira órfã de sentido e anestesiada pela solidão, pelo desamor que passou a substituir filhos por bonecos e chamar isso de amor. Gente, isso não é amor, não é arte; é loucura, é a negação violenta da realidade. Adultos em pleno uso de suas faculdades mentais, ou supostamente em uso dão mamadeira a pedaços de silicone, trocam fraldas limpas de bonecos sem órgãos que choram por olhos de vidros e dizem com orgulho que são mães reborn.
Nós não estamos diante de um fenômeno cultural, estamos diante de uma epidemia psíquica, estamos diante de um surto psicótico autorizado. A indústria lucra, os psicólogos calam, os influenciadores promovem e a sociedade ri e aplaude uma insanidade disfarçada de ternura. Fazem chá de bebê, sessões fotográficas, certidões falsas, carteirinhas de vacinação imaginária, criam creches, promovem encontros, pagam psicólogos para legitimar o surto em nome da empatia.
Gente, estamos diante da falácia do século, transformar comportamento psicótico em forma de enfrentamento emocional como se simular a maternidade com cadáver de borracha fosse curar o vazio existencial, a dor da perda, a solidão, isso não é cura, isso afunda ainda mais na alienação, é um afago falso no desespero real. É essa a humanidade do século XXI? Que mata bebês no ventre da mãe, mas chora por bonecos. Que marginaliza a maternidade real, mas endeusa a maternidade reborn de bebês fakes, que abandona filhos de carne e sangue, mas embala bonecos com amor histérico? Enquanto isso, crianças reais são abortadas, abandonadas, sequestradas, violentadas e esquecidas. Investimos milhões em brinquedos para adultos emocionalmente desequilibrados que desejam uma maternidade sem dor, sem esforço, sem vida.
O bebê reborn é o filho sem alma, a maternidade sem sacrifício, o afeto sem risco. O útero estéreo da pós-modernidade, e o mercado agradece; cria enxovais, berços, consultórios de mentira, colégios pra bonecos, patologiza a dor e vende a insanidade como consolo. Transforma o colapso psíquico em estilo de vida. Essa não é apenas uma doença emocional. É o culto macabro, um ritual moderno que sacrifica a realidade no altar da fantasia porque a realidade dói, porque o mundo perdeu o sentido, porque é mais fácil amar o que não exige nada do que enfrentar o caos humano.
Esse fenômeno não é individual, é coletivo. É um sintoma de um tempo doente e de uma geração infantilizada incapaz de encarar perdas, morte, desafios, ausência, dificuldades e frustação. O bebê reborn é a antivida, é o filho sem alma, o amor sem reciprocidade, o cuidado sem risco, o útero sem Deus. Os bebês reborn são a imagem mais perturbadora de uma humanidade que prefere viver no faz de conta do que encarar o peso insuportável de suas perdas.
E o mais grave, ninguém quer discutir isso, porque dá lucro, porque rende cliques, porque conforta a insanidade. Estamos normalizando o anormal, estamos romantizando a loucura. E quando a realidade for finalmente insuportável para todos, o bebê reborn será só mais um dos muitos altares onde a sanidade foi sacrificada

Da redação da Start Comunicacão | Alexon Gabriel
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