O cavalo encilhado está passando para o PDT de São Leopoldo - Por Bado Jacoby

O velho Getúlio Vargas, com sua conhecida sabedoria política, costumava dizer,: "se um cavalo passar encilhado, eu monto". A metáfora, usada há quase 80 anos, parece se encaixar perfeitamente no atual momento vivido pelo PDT de São Leopoldo. O partido, que conta com a maior bancada da Câmara Municipal, quatro vereadores e uma vereadora, vive a grande oportunidade de se consolidar como uma força decisiva dentro do governo do prefeito Heliomar Franco (PL).

Segundo interlocutores do Paço, o próprio prefeito tem dado sinais claros de que gostaria de ampliar a participação pedetista em sua administração, reconhecendo a importância do partido tanto no cenário político local quanto na composição da base de apoio. No entanto, a falta de unidade interna tem se mostrado o principal obstáculo para que o PDT aproveite o momento.

Hoje, o que se percebe, inclusive nos bastidores da Câmara, é um partido dividido, sem sintonia entre seus parlamentares e sem articulação coletiva em torno de estratégias comuns. Cada vereador parece seguir um caminho próprio, tratando diretamente com o Executivo e conduzindo negociações de forma isolada, o que enfraquece o poder de barganha e o peso político da sigla como grupo.

A ausência de alinhamento também se reflete em temas importantes para o futuro político da cidade, como a sucessão na presidência da Câmara de Vereadores e as discussões sobre as pré-candidaturas a deputado estadual e federal. Mesmo com força numérica expressiva, o PDT não tem conseguido transformar essa representatividade em influência real.

Nos bastidores, cresce a percepção de que o partido precisa encontrar sua coesão interna se quiser manter relevância no atual governo e, sobretudo, garantir espaço nas próximas disputas eleitorais. O cavalo encilhado, como dizia Getúlio, está passando. Cabe ao PDT decidir se sobe na sela, ou se deixa a oportunidade escapar mais uma vez.

Bado Jacoby, é repórter e apresentador da Start Comunicação