Polícia Civil deflagra duas operações contra facção, bloqueia milhões e prende 16 no RS

Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagrou na manhã desta sexta-feira (5) duas ações simultâneas: a Operação Dívida Ativa II e a Operação Crimes ABC. As ofensivas integram a 3ª Edição de Operações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim) e visam desarticular o núcleo financeiro e operacional de uma célula da maior facção criminosa em atividade no Estado.

As investigações tiveram início após a prisão, em janeiro de 2024, em São Paulo, de um indivíduo apontado como liderança regional da organização, responsável por atividades ilícitas no Litoral Norte e na Região Metropolitana de Porto Alegre. Com o avanço das apurações, o Deic estruturou duas frentes de atuação: Delegacia de Capturas (Decap) — foco na estrutura, hierarquia e dinâmica da facção; Delegacia de Lavagem de Dinheiro (DRLD-OC) — foco no núcleo financeiro, mecanismos de lavagem de capitais, ocultação de bens e movimentações irregulares.

Ao todo, 145 policiais civis cumpriram 29 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão em Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Portão, São Sebastião do Caí, Taquara e Montenegro. Até o momento, 16 pessoas foram presas.

Também foram executadas medidas patrimoniais, incluindo: sequestro de veículos de luxo; bloqueio de 39 contas bancárias, totalizando cerca de R$ 6,2 milhões; suspensão de atividades de empresas suspeitas de serem usadas para lavagem de dinheiro.

O conjunto das provas permitiu demonstrar a existência de um esquema estruturado para dar sustentação financeira a crimes como tráfico de drogas e delitos violentos. Com as decisões judiciais autorizadas, a polícia conseguiu impactar diretamente o fluxo de recursos ilícitos e reduzir a capacidade operacional da célula investigada.

O delegado Gabriel Casanova, titular da Decap, destacou que a prisão da liderança regional foi fundamental para revelar demais integrantes da célula.“A ação busca não apenas capturar lideranças, mas também identificar outros membros, promover a asfixia financeira e garantir a manutenção desses indivíduos na prisão”, afirmou.

O delegado Max Otto Ritter, diretor da Draco e responsável pela DRLD-OC, enfatizou a importância da descapitalização das organizações criminosas.“O combate qualificado passa pela indisponibilidade de bens, sequestro de patrimônio e recuperação de ativos, além do monitoramento permanente das atividades das facções”, declarou.

O diretor do Deic, delegado João Paulo de Abreu, ressaltou a importância da integração institucional. Ele destacou o alinhamento entre as equipes especializadas, o Ministério Público e o Poder Judiciário, especialmente as Varas de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do TJRS.

As operações contaram ainda com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Renorcrim, iniciativa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Redação do www.startcomunicacaosl.com.br | Por Andressa Brunner Michels | Fonte: Polícia Civil RS